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Quatro-Quatro-Dois



Segunda-feira, 24.09.12

Um mar de equívocos...

Tenho passado os últimos dias num dos (ainda) paraísos nacionais, o Parque Nacional da Peneda Gerês, e foi nesse ambiente de tranquilidade que acabei por fazer uma das coisas que menos gosto: assistir a um jogo do Benfica num café.

Ultrapassado esse problema (que acabou por não ser já que o Benfica estava a jogar “em casa”), sentei-me tranquilamente numa mesa esperando ver uma vitória tranquila do Benfica. Estava confiante. Os maiores handicaps do Benfica (o trinco, o defesa esquerdo e o box-to-box) pareciam ultrapassados em Glasgow e ainda dei importância ao facto de que a Académica tinha tido um jogo europeu no leste, estaria cansada, etc etc...

Poucas surpresas no onze. Apenas a titularidade de Bruno César em vez de Gaitan e Maxi de regresso.

 

Os primeiros minutos deram-se essa sensação. O Benfica chegava com facilidade à baliza da Académica e seria uma questão de tempo até o Cardozo ou o Rodrigo ultrapassarem os postes ou o guarda-redes da Académica (boa exibição)...

 

De repente, aquela teoria de “velho do Restelo” que “quem não marca arrisca-se a sofrer” voltou a fazer das suas. Chegou sob a forma de grande penalidade e para punir a inoperância ofensiva do Benfica, sendo Cardozo o principal réu...

 

Estávamos com pouco mais do que 20 minutos de jogo e começava a entender que a equipa teria de sofrer alterações ao onze. A aposta em Bruno César não se revelou certeira (apesar de um bom par de centros) e também Rodrigo (ou mesmo Cardozo) talvez devessem sair no intervalo. Mexeu-se apenas no extremo esquerdo (Bruno por Nolito) e pouco melhorou... e isto apesar de Nolito ter sido decisivo na penalidade cometida pela Académica e que levou o Benfica ao empate logo no inicio da segunda parte. Cardozo facturou e a Académica viu um jogador ser expulso.

 

Com o adversário reduzido a dez jogadores e com o Benfica a refrescar o ataque com a entrada de Aimar para o lugar de Enzo Perez (mais um bom jogo...agarrando o lugar que era de Witsel) pensei que fosse uma questão de tempo até o Benfica conseguir dar a volta ao resultado.

 

Acabou por mais uma vez não correr como acredito que Jorge Jesus tenha programado: Aimar foi mais uma vez inoperante conseguindo apenas um bom remate ao lado quase no final da partida.

Poucos minutos volvidos, nova penalidade para a Académica e golo. Ou seja, aos 70 minutos, o Benfica estava novamente a perder contra um adversário que apesar de aguerrido estava reduzido a dez unidades..

 

Depois foi o correr atrás do prejuízo. Saiu Rodrigo para entrar Lima e nos poucos minutos que jogou, o reforço que chegou de Braga foi mais eficaz que Rodrigo e Cardozo: um golo fantástico fora da área e o merecido empate (mais que isso não o era)...

Empate a dois.

 

Terminado? Nem por isso...

 

Em campo estiveram duas equipas que não mereceram ganhar o jogo mas também uma terceira que nunca o deveria ter apitado. Foi péssima a exibição do trio de arbitragem liderado por Carlos Xistra e sinceramente não se consegue entender como é que este estilo de gente ainda consegue andar no futebol profissional. Não irei embarcar em teorias de conspiração contra o Benfica, até porque a exibição de Xistra prejudicou ambas as equipas. Marcou três penalidades inexistentes e perdoou uma à Académica (cometida sobre Nolito) que porventura o era. E Maxi Pereira não deveria ter acabado  o jogo...

 

Talvez alguém com responsabilidade consiga entender que coisas destas e o preço dos bilhetes começam a justificar as pobres assistências nos Estádios como o caso de ontem...

Olhando para a equipa do Benfica, gostei da defesa com a excepção de Maxi Pereira (acho que foi a pior exibição de sempre ao serviço do Benfica) e gostei de Enzo e Matic no miolo. Salvio é claramente o jogador acima da média nesta equipa. Mesmo no naufrágio de Coimbra mostrou ser um jogador fantástico.

 

No lado esquerdo o Benfica vai sofrer apesar de tanta oferta. Parece-me que o melhor extremo esquerdo do plantel joga a defesa esquerdo...

 

No ataque, um dos dois titulares deve perder a titularidade para Lima. Vai ser um jogador muito importante no Benfica. Tem características bastante diferentes dos outros dois avançados e acredito que nesta fase nos possa ser mais útil que Nélson Oliveira ou Saviola. Se por um lado é um jogador já feito (em relação ao Nélson) por outro não é acomodado por uma carreira que já viu melhores dias (caso de Saviola) sendo que para o Lima acredito que o topo da carreira seja esta oportunidade no Benfica... Saiba a Luz e Jorge Jesus aproveitar isso a favor da nossa equipa.

 

Acredito que para Paços de Ferreira haverá mudança no onze. Resta saber se resultará e resta saber o que falta aos jogadores do Benfica para terem motivação para vencer... em Coimbra não a vi.

 

 

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rematado por Ricardo às 23:36

Sexta-feira, 21.09.12

Eu podia dizer que é o Sá Pinto.

Podia dizer que foi o Xandão ser expulso.

Podia dizer que foi o Elias sair, o Carrillo sair.

Podia dizer que foi a relva, que foi por o cão estar a olhar.

Mas não digo. 

Fraco e mau. Foi isto que se passou ontem.

Os cordelinhos que seguraram a equipa até à final da taça estão a partir-se todos.

 

Na bancada, esquizofrenia. Assobios. Aplausos. Mais assobios.

E eu (que não assobio, coisas minhas) sinto-me em casa.

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rematado por Marta Spínola às 23:15

Quarta-feira, 19.09.12

Glasgow a meio gás

 

No trajecto diário trabalho-casa oiço pela primeira vez o onze escalado por Jorge Jesus para o encontro inaugural do Benfica na Champions League 2012/2013. A primeira reacção foi: "Ok, lá está este artista a inventar novamente com o André Almeida..." depois pensei um pouco para com os meus botões e até achei lógico "Ok...o miúdo tem jogado nos B's, já jogou a lateral direito e o Miguel Victor é central... e com o Jardel a titular necessitamos de um central no banco..."

 

Sento-me em frente à TV e o jogo decorre como esperado. Um Celtic muito forte nos primeiros minutos. O tradicional ambiente de Parkhead. Uma equipa que joga mais com o coração e alma que outra coisa. O tradicional futebol escocês... que tem tanto de paixão como de ineficácia. O costume portanto. Do lado do Benfica, algum sufoco inicial mas o "bloco" supostamente mais frágil (o quarteto defensivo + Matic) a dar conta do recado. Porventura um dos melhores jogos do Jardel pelo Benfica (bom na área...bom nas dobras...), um Garay ao nível habitual e dois miúdos nas alas que frente aos talvez melhores jogadores do Celtic foram dando conta do recado (só fiquei com os cabelos em pé com aquela invenção do André Almeida a poucos minutos do final da partida). Basicamente, não foi por aí que o Benfica não trouxe os 3 pontos de Glasgow.

 

Se gostei de ver Enzo Perez no lugar de Witsel, nas alas não gostei das exibições de Gaitan e de Salvio. Se tinham mais preocupações defensivas devido aos laterais inexperientes pode estar aí uma razão, mas tirando um ou outro lance (sobretudo no final da partida e mais por Salvio) pouco se viu de dois dos mais credenciados jogadores do Benfica. 

 

No ataque, Aimar no apoio a Rodrigo pareceu insuficiente para quem queria ganhar um jogo. Se a ideia do avançado móvel era interessante, apenas por um momento pareceu surtir efeito, e mais pela desatenção do central do Celtic do que pela arte de Rodrigo. Entendo a opção e até concordo com ela.  Concordei também com todas as substituições tirando a última. Apostaria em Lima para os 10 minútos finais em vez de Nolito...

 

O resultado final acaba por se aceitar. Ambas as equipas pouco fizeram para merecer a vitória.

 

Coisas Positivas:


Boa adaptação de Enzo Perez ao miolo.

A equipa B começa a justificar-se em pequenas coisas como as de hoje: André Almeida e Jardel surgiram com ritmo de jogo e ambos tiveram actuações positivas.

Melgarejo fez bom jogo e continua a crescer.

O resultado do Barcelona frente ao Spartak (para mim o principal rival do Benfica no apuramento).

 

Coisas Negativas:

 

Aimar não dá para tanto tempo de jogo. Carlos Martins também não.

O Celtic é uma equipa macia e apesar da boa exibição da defesa, contra um adversário mais forte poderia ser muito mais complicado.

O jogo do Spartak em Nou Camp.

Os 2 pontinhos ainda podem fazer muita falta...

 

 

 

 

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rematado por Ricardo às 23:55

Terça-feira, 18.09.12

O Ocaso Luisão

 

Não me recordo onde estava no dia em que o Benfica defrontou o Fortuna Dusseldorf. É por esse prisma que analiso a importância de tal jogo na minha vida de benfiquismo. Fui surpreendido por uma sms que em resposta à minha pergunta acerca do resultado me disse "O jogo não chegou ao fim. Confusão com o árbitro".

 

Quando cheguei a casa e vi as imagens na televisão, vi várias coisas, mas o que mais me chocou foi ver no banco do Benfica o treinador Jorge Jesus e o jogador Javi Garcia (supostamente) com a queda aparatosa e cinematográfica do árbitro Christian Fischer. Jesus depois justificou os risos e disse até que foram em momentos diferentes da partida e que falavam de outro assunto. Até poderia ser. Mas a imagem correu mundo.

 

O mais grave veio depois. O Director Geral António Carraça não conseguiu perceber até onde podiam ir os danos colaterais desta situação e limitou-se como bom português a culpar o árbitro de toda a situação e ainda a elogiar Luisão.

 

O assunto deu que falar nas semanas seguintes e finalmente na passada semana chegou o castigo de Luisão: 2 meses de suspensão.

 

Apareceu o "fantasma" da FIFA, mas vários jornais diziam que o Luisão iria jogar na Champions League e que o castigo seria somente para as competições nacionais.

 

Neste fim de semana vi pela primeira vez umas imagens em que se vê que o Luisão até faz uma "paradinha" antes de agredir o árbitro com uma peitada. 

 

Não consegui entender como se pode desculpar uma atitude destas. Especialmente tida num jogo a "feijões", por um jogador com anos de futebol internacional e sobretudo com a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão do Sport Lisboa e Benfica.

 

Hoje chegou a reacção da FIFA: a suspensão é alargada às competições internacionais, falhando então o Luisão os jogos com o Celtic em Glasgow, com o Barcelona na Luz e a dupla jornada com o Spartak de Moscovo (provavelmente os 2 jogos que vão decidir a nossa continuação na Champions).

 

Pelo meio, salva-se a atitude do Presidente do Benfica em perceber a gravidade da situação e num ápice a resolver os problemas com o Fortuna Dusseldorf e quem decidiu (Jorge Jesus ?) que rapidamente Miguel Victor e Jardel deveriam ganhar ritmo na Equipa B do Benfica de forma a suplantar a ausência do capitão. Ambos devem ser titulares amanhã em Celtic Park...

 

No meio disto tudo faço apenas duas perguntas:

 

- O Benfica irá pagar a totalidade do salário do Luisão durante estes dois meses?

 

- Ainda nos vamos queixar das arbitragens e do Sistema no final da época quando num par de semanas perdemos os dois pilares do meio campo, o central mais importante da última década e continuámos sem resolver a questão do defesa esquerdo com uma solução imediata e eficaz?

 

Finalmente queria elogiar a atitude da SAD do Benfica em renovar com Melgarejo. A lateral ou a extremo há ali talento. Espero que o próximo a renovar seja Oscar Cardozo.

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rematado por Ricardo às 19:03

Terça-feira, 04.09.12

60 Milhões de tretas...

 

Quando era mais novo e dava os primeiros passos no Estádio da Luz tive a sorte de apanhar dos últimos anos com planteis de jogadores que sabíamos os nomes de cor. Estávamos na época de 90/91 e no banco estava o Sr. Sven-Goran Eriksson (que esta semana me surpreendeu com uma transferência para um clube da Liga Tailandesa) e há nomes nesse plantel que nunca mais esqueci. Os três guarda-redes sei na ponta da língua: Silvino, Neno e o malogrado Bento. Depois na defesa o José Carlos, o Ricardo Gomes, o William (e aquela sua maneira de bater penalidades), o Veloso e o Samuel. No meio campo havia o Valdo e o Thern , um miúdo chamado Paulo Sousa, um tal de Vitor Paneira (provavelmente o último “7” do Benfica… um “7” como atribuímos o “7” ao Eric Cantona), um jovem sueco chamado Schwarz e outro vindo da Bolívia chamado Sanchez e um extremo electrizante chamado Pacheco. Depois no ataque… Bem… Isaias, Rui Águas, Vata, o eterno Mats Magnusson e o “Joker” César Brito.

 

É provavelmente o último plantel em que recordo a maioria dos jogadores sem ter de recorrer aos amigos ou à internet para confirmar. Estes eu tenho a certeza que estavam no plantel de 90/91.
Porquê este meu exercício de memória?

 

Num ápice o Benfica vendeu 2 dos pilares do seu meio campo a troco de 60 milhões de Euros. Os adeptos indignaram-se no mundo virtual (longe vão os tempos em que o “Barbas” invadia salas de imprensa para impedir que o “menino de ouro” saísse do clube) e pouco mais há a esperar a não ser os apupos e insultos dos suspeitos do costume (as claques) que no fundo acabam por ser o último foco de “resistência” real mas cada vez mais domesticadas a aprisionadas pelos ditames da SAD do Benfica.
Existem dois prismas através dos quais quero aflorar estas duas transferências (que do ponto de vista financeiro apenas me fazem tirar o chapéu à administração da Benfica SAD e ao corpo técnico da Luz pela valorização brutal dos jogadores envolvidos).

 

O primeiro é o estatuto de ídolo de ambos. Javi Garcia (de Múrcia) e Axel Witsel (de Liége) eram ídolos dos Benfiquistas. Bons jogadores, giros (o público feminino delirava com o Javi Garcia), jovens e demonstravam aquela qualidade que eu mais valorizo num jogador de equipa: são constantes. Não me recordo de um mau jogo de Javi Garcia nem de um jogo mediano de Witsel.

 

A Luz e a sua diáspora cedo os elevaram à categoria de Deuses da Luz, algo que apenas deveria estar reservado para alguns. Era os pedidos de camisolas, era os cânticos, são os estandartes e as bandeiras. É todo um folclore que os eleva à categoria de imortais. E no entanto, Javi Garcia sai da Luz com um Campeonato Nacional e umas Taças da Liga. Para Witsel apenas a última.

 

O que se passa connosco?

 

Como podemos permitir que tenhamos chegado a este ponto sem nos interrogar? Como conseguimos chegar ao ponto em que um Luisão (eu sei, vão puxar do argumento dos contractos) com 10(!!!) épocas de Benfica seja assobiado na Luz e um jogador com 1 época e meia seja quase chorado? Como podemos permitir que o melhor goleador do Benfica desde o Rui Águas (bolas…) seja assobiado e outros com ano e meio de casa sejam vistos como salvadores de uma nova era de triunfos Benfiquistas (não é verdade Nolito?).
Será a nossa ânsia por atingir o sucesso rápido e apear o FC Porto da sua senda de vitórias? Ou ambas? Será o nosso consumismo a procurar a solução fácil? Será que ainda não percebemos que o Benfica é hoje um clube plástico sem alma? Sem respeito por si mesmo? E que os culpados somos nós?

 

Vou vos dar um exemplo: quem me conhece sabe que sou fan do futebol de Jorge Jesus. No entanto um dia chego à Costa da Caparica e vejo nos conhecidos restaurantes do “Barbas” telas enormes agradecendo ao JJ o Campeonato que conquistou. Como nos podemos queixar do ego gigante do JJ com exemplos destes de adeptos que sabem o que é o Benfica? O JJ almoça com frequência no “Barbas” … querem que volte à sua infância de dificuldades e apareça uma alma que lhe ensine a cartilha da humildade?

 

E basta recuar ao David Luiz, ao Ramires, ao Di Maria, ao Coentrão (se bem que este é de uma cepa diferente) ou avançar para o Salvio ou para o Rodrigo (sim…futurologia) para perceber que isto se repete e irá repetir… Mas meus amigos, não se iludam… a culpa não é deles…a culpa é nossa… Vendemos a nossa alma ao diabo jogo após jogo, semana após semana e agora queremos recuperar os nossos valores?

 

O segundo prisma é a falta de preparação do Benfica para reagir a estas duas vendas. Custa me acreditar que na SAD do Benfica (e no banco…) habitam pessoas que não acreditassem que estas duas saídas eram possíveis na dead-line. E custa-me a acreditar que o gesto de despedida do Witsel no final do jogo com o Nacional não fosse indicio de que algo estava para acontecer. E custa-me também acreditar que não repararam nisso as mesmas pessoas do banco e da tribuna, fingindo toda a surpresa do mundo quando segunda-feira uns russos aparecem vindos do nada e sem sequer negociar (ou os bancos na Russia trabalham muito bem ao fim-de-semana ou não entendo porque não bateram a clausula do contracto antes de segunda-feira) levam o Witsel debaixo do braço (e o Hulk…).

 

O que estou a pretender dizer é que não acredito de todo que no Benfica (e no FCP) não soubessem que estas vendas estariam para acontecer, mas como também não estão para gastar (sabe-se lá porquê) aparece uma venda já depois do prazo de inscrições sem que nada a justificasse. Foquem-se nisto: os russos chegaram e pagaram a clausula. Não esperaram pelo fecho do mercado dos principais campeonatos europeus para “negociar”. Chegarem e bateram os 40M em “cash”. Não vos faz confusão que tenham de esperar até segunda-feira para o fazer?

Qual a justificação para toda esta patranha desconheço… Sei é que 60M de Euros é bastante dinheiro e também sei que não podem ocupar a posição “6” e a posição “8”…

 

Qual será o preço disto tudo?

 

Pelo meio destas duas vendas astronómicas o Benfica entrou em campo frente ao Nacional da Madeira e após uma primeira parte miserável (e com uma assistência miserável na Luz) consegue uma vitória por 3-0. Coisas a reter desse jogo: Melgarejo melhora aos poucos mas ainda não tem qualidade para ser defesa esquerdo do Benfica, a ausência de um “trinco” de inicio foi gritante (Matic entrou e a equipa melhorou…mas bolas… é o Matic… de repente não é o melhor trinco do mundo…) e não percebi o que se passou pela cabeça do Maxi Pereira para um dos seus piores jogos de sempre no Benfica na primeira parte e o Carlos Martins do costume… com as lesões. Depois as coisas boas: o Salvio é um jogador fabuloso e acrescenta muita velocidade e qualidade ao Benfica, o Rodrigo é um menino cheio de qualidade, o Cardozo é o melhor ponta de lança no Benfica desde o Rui Águas e o Luisão ainda consegue ter capacidade para dizer à “bancada” para parar de assobiar a equipa e cumprir o seu dever de apoiar nos 90 minutos.

 

Agora pára o campeonato para os compromissos de selecção. E ao contrário do meu post anterior em que adivinhava o “onze” de Jorge Jesus frente ao Nacional, neste caso não tenho capacidade para entender quem irá fazer o “box-to-box”… Gaitan? Aimar? Bruno César? Carlos Martins? Miguel Rosa?

 

Aguardemos…

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rematado por Ricardo às 13:18

Segunda-feira, 03.09.12

Uma incrível despedida

Há algumas horas, tudo me corria bem. Estava de férias, o sol brilhava e o Porto tinha conseguido manter todas as suas estrelas, depois de um atribulado mercado futebolístico, em que os jornais desportivos se fartaram de vender três ou quatro plantéis do meu clube. Só que, afinal, já nem a chegada de Setembro é sinal de descanso para os adeptos portugueses e, hoje, ao final da tarde, recebo em choque a notícia de que o Hulk tinha sido vendido ao zenit. Notícia que, confesso, não está a ser de fácil absorção.

É certo que os valores do negócio são de perder a cabeça, mesmo que cerca de um terço da soma paga pelos novos-ricos russos se perca em percentagens de terceiros e nas comissões destes e daqueles. É evidente que fazer um negócio deste calibre num período de crise económica e em que os bancos fecharam as torneiras para os clubes é um feito notável. Contudo, eu sou adepto de futebol, não sou contabilista. Prefiro títulos a euros e acho mais importante ter jogadores como o Incrível a jogar de azul e branco do que reduzir o passivo do clube. Podem achar que é irracional, mas eu prefiro pensar que é paixão de um adepto de futebol. 

Com a partida de Hulk, o Porto (e o futebol português) perde o seu melhor jogador e talvez o único que decidia jogos sozinho. Quando o futebol a sério regressar (já agora, de quem é esta peregrina ideia de fazer o campeonato parar três semanas?), irei ao Dragão, mas um bocado menos motivado, pois sei que as probabilidades de ver momentos únicos serão muito mais reduzidas, agora que o jogador mais desiquilibrador que me lembro de ver jogar no Porto partiu de malas e bagagens para o frio de S. Petersburgo. 

E pouco me consola a venda do Witsel, que representa a cereja no topo do bolo da política de transferências do clube do Ricardo, provavelmente a mais surreal de sempre de um grande português. Parece-me que o mestre da táctica quer passar a jogar com 5 extremos e 5 pontas-de-lança, mas de certeza que estou enganado e que o Matic e os míudos da B são mais que suficientes para segurar o meio-campo dos vermelhos.

Porém, com o mal dos outros (especialmente, com o mal destes outros) posso eu bem e não é isso que me vai fazer esquecer que, a partir de hoje, o Incrível vai deixar de jogar no meu grande clube. Já sei que me vão dizer que o Porto não é nenhum jogador e que já provámos que conseguimos manter-nos vitoriosos independentemente da saída de qualquer atleta. Tudo isso é verdade e talvez daqui a algum tempo eu possa pensar mais serenamente e concluir que, no fim de contas, a saída do Hulk foi benéfica para o Porto. Mas, neste momento, e a quente, a paixão de adepto ainda fala mais alto e não consigo deixar de achar que este foi um mau dia para o meu clube.

Ainda assim, as minhas últimas palavras têm de ser para o Hulk, que mostrou, em mais de quatro anos de Porto, ser um verdadeiro campeão: obrigado, Hulk! Já tenho saudades tuas...

 

P.S. - Hoje, em Lisboa e no Porto, de certeza que haverá muito boa gente a comer bife do lombo...

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rematado por Johnny às 21:32

Domingo, 02.09.12

Sou mais ou menos assim com o Grandamor

Fico zonza com os empréstimos, as compras e vendas (não tive de me preocupar com estes últimos, verdade). Não fixo valores, mas nunca me esqueci dos onze milhões + um Nuno André Coelho vá se lá saber porquê. Este é o lado do futebol que não me atrai nem fascina. Posso acompanhar, eventualmente comentar, mas não fixo nada. Sei que o meu clube este ano tem mais de uma duzia de jogadores emprestados e o que isso me diz é duas coisas: Wilson Eduardo, filho, tem juizinho, e contam os que cá estão. É com os que estão que conto.

E se segunda pensei, quinta confirmei: já começou a esquizofrenia. Um empate na Dinamarca que eu quis ignorar, assobiar a ver se ninguém dava por ela, uma derrota em casa para o campeonato (d'oh!) que são as que mais me custam, e uma segunda mão cheia. Não fico eufórica, o resultado que não devia ter acontecido foi o de lá. Fico nervosa, fico ansiosa, rio e não sei se quero mais golos ou que os reservem e dividam igualmente por todos os jogos. Se fosse tão simples... Se fosse só eu querer.

 

Sofro com rics menines saídos do clube, sejam quem forem, quando voltam a Alvalade. Não os assobio, só tive vontade de assobiar um mas estava sozinha nesse jogo, e eu ainda sou uma senhora. 

Tenho uma coisa pela esquerda e o meu lugar no estádio é de frente para o corredor esquerdo. Manias.

Tenho memórias de jogadores que não foram campeões mas eu adorava rever noutros mais novos.

Tenho memórias de jogadores campeões. E depois tenho a memória de Peter Schmeichel, guardada numa caixinha.

Já não sei que marca de luvas usa cada guarda-redes como há anos, já não faço questão de saber quem é o junior que sobe, já sei muito menos do que já soube, mas estou lá. 

Já não fico (sempre) doente. Podia dizer "já não choro" mas a última vez que chorei foi com o Grasshopper, e geralmente até faço piada disso. Isso foi há vinte anos, é fazer contas e ver o que já se passou depois. A mim não apetece agora rever tudo. E sim, brinco com o mau que já vi passar-se em campo. Revivo o bom com os meus e sei dar-lhe valor. Muito.

 

Ah, as opções do treinador,  as experiências e as aventuras de Sázinho (eu fui uma Sazette. E ainda sou um bocadinho, não quero saber. Também fui das últimas a desistir de Paulo Bento ou Domingos). Menos um Rinaudo, mais reforços, e poucas, tão poucas opções para a frente (eu gosto do Van Wolfswinkel mas ele é só um). Mais a nervoseira que reina época após época e já não se disfarça. Tudo isto dá um cocktail explosivo e eu estou lá para fazer parte, assumo tudo.

Enervo-me calada, suspiro "outra vez...?", jamais assobio os meus, salto se é golo, e quero muito que corra tudo bem. Sempre. E nem sempre corre, já sabemos. Sem problema, volto sempre. É assim que vivo e vejo o meu clube. E não o trocava, não se troca, ninguém com mais de 8 anos troca de clube.

Cá estarei para ver o que se passa este ano, e vir cá dizer o que me vai na alma.

 

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rematado por Marta Spínola às 17:02

Sábado, 01.09.12

Sport Lisboa e Benfica Review

 

 

Discutir futebol é daquelas coisas que de tão simples que são, se torna o passatempo de muito boa gente. Para nós aqui em Portugal ainda vai aquecendo a alma de um País mergulhado numa crise financeira sem precedentes na última década. É fácil, é barato e dará certamente alguns milhões a quem vive desta indústria que nos inebria quase todos os dias.

Sem demoras, e aproveitando a conversa dos milhões, sigo rapidamente para o meu lugar no Estádio da Luz e analiso com estes olhos de adepto (e nada mais do que isso) a minha humilde visão do plantel do Sport Lisboa e Benfica e o que posso esperar para esta época.

 

Guarda-Redes

 

Nesta posição o Benfica está garantido. Se Artur é o titular indiscutível, Paulo Lopes chega com dois motivos: ser formado no Benfica e (ao contrário do Eduardo) estar completamente identificado com o seu papel no plantel…o banco e uns jogos de competições menores. Nada a dizer desta aquisição. Como 3º Guarda Redes temos o jovem Mika que está a rodar (e bem) na equipa B. Entre os postes estamos seguros…

 

Defesa

 

Na linha defensiva do Benfica começam os primeiros problemas. Os 4 centrais oferecem qualidade. A dupla titular é das melhores que vi no Benfica (Luisão e Garay) e apesar da forte disparidade de qualidade para os suplentes (Jardel e Miguel Vitor) não acredito que seja aí o maior dos nossos problemas. Ainda por cima os suplentes têm vindo a jogar na Equipa B. Se pelos motivos certos (rodar e dar ritmo) se pelos motivos errados (possível suspensão de Luisão) o que porventura dará garantia de ritmo para qualquer emergência.

 

Nas linhas laterais a questão é mais complicada.

 

Se do lado direito Maxi Pereira garante qualidade, a falta de uma alternativa ao lugar pode ser penosa. É dos mais básicos compêndios que um bom plantel pressupõe no mínimo dois jogadores por posição. As alternativas a Maxi Pereira neste momento são duas: um dos melhores médios que já vi no Benfica (Witsel) e um míudo saído dos juniores que dá os primeiros passos na equipa B (João Cancelo). Falhada a contratação de Sílvio (que além deste problema resolveria em parte o da lateral esquerda) o Benfica não tem uma alternativa credível para o lugar. Este problema não é de hoje (o próprio Maxi veio para jogar a médio interior direito) e deveria ser objeto de reflexão por pessoas responsáveis. Uma lesão, um castigo, uma quebra de rendimento e…

 

Na lateral esquerda não existe uma solução desde a adaptação de Fábio Coentrão (umas das melhores coisas que Jorge Jesus fez em toda a sua carreira). Entendo a aposta em Melgarejo, mas parece-me demasiado arriscada. Acredito que Melgarejo possa ser uma solução mas não no momento. É jovem, tem margem de progressão e tem sobretudo qualidades no campo da velocidade e do passe. Falta-lhe tudo o resto. Deveria talvez rodar na equipa B uns tempos para se adaptar à posição enquanto outro lateral esquerdo de raiz fizesse o lugar na primeira equipa. Talvez fosse essa a ideia que o Benfica teve ao tentar o empréstimo de Sílvio que por algum motivo não se concretizou. Não sei o que oferece Luisinho mas duvido que tenha qualidade para ser titular do Benfica. Resta-nos aceitar a “teimosia” de Jorge Jesus em Melgarejo e cruzar os dedos…e roer as unhas.

 

Meio campo

 

Há uns tempos atrás disse que nos faltava um médio defensivo. Não acredito muito na capacidade de Matic para ser titular do Benfica e faltava uma alternativa a Javi Garcia de forma a dar-lhe um pouco de humildade e mais concentração na forma em que jogava. Esperava uma época com alguns sobressaltos disciplinares para o espanhol… E chega o último dia de transferências e o Manchester City vem a Lisboa contratar Javi Garcia. Consigo entender o negócio mas não entendo a ausência de um "suplente".

 

Neste momento, para a posição “6” o Benfica apenas tem um jogador na sua principal equipa: Matic. Solução? Acredito que passe por um recuo de Axel Witsel e um meio campo formado por 2 extremos, Witsel e Carlos Martins / Aimar. Tirando o problema no miolo com a saída de Javi Garcia, o resto parece-me até demasiado. Gaitan, Nolito e Bruno César mantêm-se. Salvio regressa a uma casa que conhece e é a aquisição mais sonante do defeso. Enzo Perez volta e parece mais motivado (qualidade já mostrou que tem) e Ola John é neste momento a principal incógnita. Confesso que me impressionou quando pelo Twente defrontou o Benfica, mas neste momento penso que até se justificaria o seu empréstimo. Talvez a “price-tag” com que veio dificultou esse processo… a verdade é que até ao momento nada mostrou que justificasse a sua compra.

 

Ataque

 

Sector com demasiadas entradas e saídas. Saíram Saviola (já se justificava) e Nelson Oliveira (entendo o empréstimo e espero que volte um jogador mais maduro). Entraram e saíram Michel (para o Braga) e Hugo Vieira (para o Gijon…da II liga espanhola) e pelos vistos nos últimos minutos do mercado de transferências o Benfica comprou Lima ao Braga. Ficaram Cardozo (até ver… que o Mercado russo ainda mexe e não acredito que Lima venha para ser suplente) e Rodrigo. E Mora saiu apesar da pré-época que justificava a permanência e ficou Kardec. Não entendo. 

 

 

Resumindo: um plantel mal construído e uma gestão desportivamente imprudente que nos pode custar caro. Talvez chegue para ser campeão em Portugal (apesar de considerar que o FC Porto é neste momento o favorito, mesmo com Vítor Pereira, a não ser que o mercado Russo “roube” Hulk ou Moutinho) mas provavelmente não chegará para mais uma boa prestação europeia à semelhança de anos anteriores. Vamos passar a época a confiar demasiado na ausência de lesões e em adaptações. 

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rematado por Ricardo às 01:10



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