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"Players lose you games, not tactics. There's so much crap talked about tactics by people who barely know how to win at dominoes." - Brian Clough
Nos dias após as derrotas do Benfica é me sempre mais fácil escrever acerca do tema. A inspiração parece que surge na desgraça e tal coisa é para mim um enorme motivo de vergonha. O cheiro a madeira e da tinta a arder, o barulho da derrocada, o som do metal a retorcer no acidente… são exercícios de puro masoquismo …a mim dá-me para escrever a outros para atirar a toalha ao chão...
A outros, os piores disto tudo, dá para festejar estas derrotas porque não gostam do treinador do presidente e acham que estas derrotas são enormes tónicos para os seus egos inchados pensarem que têm razão… Uma lástima de gente…Acabo sempre por recordar a expressão imortalizada pela voz grossa do Michael Cane no “Dark Knight” : “Some Men Just Want To Watch The World Burn”
Esse parece me ser um dos maiores problemas culturais neste Benfica…
Indo primeiro a Paris, confesso que vi o jogo a espaços (o que por si só é um sintoma da letargia que me atingiu …afinal não é só a equipa) mas colocando os pés bem assentes na terra e no dia posterior à derrota é por demais evidente que o Paris SG é uma equipa muito superior ao Benfica (só não é para aqueles saudosistas / loucos que acham que o Benfica ainda joga com aquele onze que a passa na Benfica TV a promover o Museu) e que sofrer um golo aos 5 minutos “rebenta” com qualquer preparação táctica para qual partida de futebol. Isso para mim são duas verdades absolutas e em relação ao apuramento sempre achei que se iria discutir com os gregos do Olympiakos (que foram “sovados” em casa por 4-1 por este mesmo PSG na primeira jornada).
Falando de Champions (factualmente) o nosso futuro depende dos dois confrontos com os Gregos. Empatar em Atenas e vencer na Luz é importante e deve por si só garantir a passagem aos 8ºs de Final (onde iremos para casa) já que não creio que o Anderlecht tenha alguma palavra a dizer neste apuramento. Depois é não “borrar” a pintura em Bruxelas, já que depois do festival de ontem duvido sequer que o Benfica consiga vencer o PSG em casa… A não ser que o apuramento esteja já decidido para os franceses e estes venham a Lisboa jogar com as reservas…
O que já me custa a “engolir” no dia de ontem e na semana anterior é por um lado a falta de atitude gritante de uma equipa recheada de bons valores e a péssima gestão de espectativas relativamente ao embate de ontem (e à nossa ambição na Champions League) depois de um fim de semana em que mais uma vez o nosso fado não permite sequer ganhar a um Belenenses no Estádio da Luz. “Ah e tal são competições diferentes”… Sim pois são… mas até no Football Manager quando sou questionado para a ambição da equipa nos confrontos com os teoricamente mais fracos tenho a habilidade de transmitir que a equipa está sempre motivada. E deveria estar… mas também devem ter a sagacidade e a inteligência suficiente para perceber as limitações que têm e perceber que a gestão de expectativas é muito importante quando se gere um grupo de pessoas…seja ele um plantel…seja ele 6 milhões de adeptos.
Portanto, o que nós pretendíamos era que uma equipa que nem sequer tem arte, engenho e atitude competitiva para vencer o Belenenses no Estádio da Luz, fosse ao Parque dos Príncipes vencer o Paris SG… e qual era a nossa arma secreta? O apoio dos emigrantes…
Certo…
Considero que faz falta um “abanão” no Benfica. O problema é saber onde começar…
Será no treinador? É o Marco Silva uma melhor alternativa? (o exemplo do fraco desempenho do Paulo Fonseca nos rivais dá que pensar…)
Será na Direcção? Oiço essa conversa desde os tempos do João Santos. Depois tivemos o Jorge de Brito que era velho demais para aquilo e andava mal acompanhado. Veio o Damásio e tivemos das piores equipas de futebol, andava de braço dado com o Pinto da Costa, etc. Veio o Vale e Azevedo que era o salvador da Pátria Encarnada e agora está na Carregueira a fazer de Sacristão. Chegou o novo salvador, o Vilarinho que prometeu Jardel (não era o George ???) e era bom mas depois já era bêbado. Veio Luis Filipe Vieira, um “sabichão” dos meandros do futebol e que trouxe o Simão para o Benfica. Novo Estádio, novo centro de Estágio, novo Museu e novos ciclos ano após ano… Pelos vistos também não serve…
Não sei onde vamos parar…Talvez a um qualquer Oligarca Russo ou um Árabe cheio de Petrodólares? É esse o caminho?
Um pouco por toda a Europa vemos exemplos de como o futebol se transformou. Como os ídolos do Bayern de Munique são um Francês e um Holandês. Como no Manchester United se destruiu um legado em meses, como no Manchester City se investem milhões e milhões ano após ano para nada, como no Real Madrid se faz o mesmo ou pior, como o Chelsea se transformou num Belenenses para um candidato ao título com uma varinha mágica vinda do frio… e nós? Continuamos agarrados aos valores do passado que achamos que vão voltar numa manhã de nevoeiro acompanhadas por bandeiras de Cosme Damião(essa moda que veio para ficar até aparecer a próxima) para salvar o Benfica e manter o seu estatuto de Grande, esquecendo que o Estádio da Luz está cada vez mais vazio, a militância benfiquista é cada vez menor e não ultrapassando o rotulo de perdedor em que épocas de Sonho se transformam em pesadelo em minutos de desconto…
A minha cabeça ainda está no jogo com o Estoril do campeonato passado, está no Jamor com o Guimarães e na falta de atitude no campo e no final do jogo, está no milagre que foi ganhar ao poderoso Gil Vicente em casa nos descontos, nos insultos do Capitão do Benfica aos sócios, no empate com o Belenenses e na mão de Gaitan levantada ontem a pedir fora de jogo passivamente…
O plantel quer “despedir” o treinador? O plantel não quer o Cardozo? O Lima anda descontente? Os sérvios andam a minar isto porque não jogam? É Jesus o responsável por isto? É Vieira? É Carraça? Somos nós?
Acordem e mudem de figura… Já no Domingo…
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