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Quatro-Quatro-Dois


Quinta-feira, 04.06.15

E depois do Adeus?

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Uns dias após a nossa vitória no campeonato escrevi este texto. Confessava a minha falta de euforia e um leve desencanto com o nosso futebol

Ontem foi com um misto de incredulidade e de desilusão que assisti ao culminar da novela da renovação de Jorge Jesus.

A minha desilusão não ê tanto com o Benfica (mas já lá vamos) mas sim com a opção de Jesus, o qual tinha em conta como uma pessoa inteligente. Os valores monetários em cima da mesa não explicam tudo.

Ficaria desiludido com Jesus se a opção fosse um Valência,  um Milan ou um Zenit da vida, mas acabaria por entender. Esta opção pelo Sporting comporta todo um diferente leque de responsabilidades que me parece que Jesus não analisou. Começando pelas próprias declarações em que afirmava (e fez capa de jornais) relativamente á possibilidade de treinar outro clube em Portugal (claro que o fez quando se sentiu com a corda na garganta) e terminando no simples facto de que a sua vida pessoal nunca mais será a mesma. Vai ter de estar preparado para os piores insultos em qualquer situação particular e figurará na galeria dos párias do Sport Lisboa e Benfica, ao lado de nomes consagrados como Pacheco ou Sousa em vez de receber as honras que merece pelo seu excelente trabalho na Luz. Depois não sei se Jesus está preparado para o tipo de regime napoleónico de Alvalade. E não sei se irá perceber que foi a primeira bala de canhão disparada na guerra aberta criada por Napoleão de Carvalho, mas para isso já me estou a marimbar. Que corra especialmente mal é o meu mais profundo desejo.

Pessoalmente sempre admirei o trabalho de Jesus desde os seus tempos em Guimarães ou Belém. Foi o melhor treinador que vi na Luz e sempre desejei que ficasse o máximo de tempo possível na Luz. Se o corte seria um dia inevitável nunca previ que fosse desta forma. No entanto, e admitindo que isto servirá para um posterior cerrar de fileiras nas hostes encarnadas (após o soco no estômago) acredito que o trabalho acabou de ficar um pouco menos difícil para o sucessor. Seja ele o anunciado Rui Vitória ou quem sabe Marco Silva?

Finalmente a administração do Benfica.  Este será o principal desafio de Vieira nos próximos tempos. Desconheço a forma como negociou a renovação com Jesus (e entretanto já começou o jogo do empurra para desculpabilizar o treinador pela sua opção atribuindo o ónus ao presidente) mas uma coisa não me vou esquecer: foi Vieira quem manteve Jesus quando 90% do universo benfiquista o queria fora da Luz. Se há coisa que a vida me ensinou (especialmente no mundo da bola) ê que as boas acções acabam por ter boa sorte (e o inverso). Vieira merece neste momento a sua sorte. Se foi a “estrutura” a criar Jesus se foi Jesus a criar a “estrutura” os próximos tempos o dirão.

Ontem passei a noite no cinema.  A meio fomos surpreendidos pela noticia. Fui para casa e no trajecto o noticiário da meia noite da TSF confirmava a noticia. Entro no Facebook e no mural de um dos meus melhores amigos (ele próprio uma “vitima” do mundo da bola) rezava algo como " Foram os Verões quentes que nos tornaram enormes". Relaxei e dormi descansado.

 

Carrega Benfica !!!

 

PS: Vai aparecer a pior espécie de personagem, aquele que vai dizer “Eu tinha razão, o Jesus não prestava” ou outras também já recorrentes, as que esperam que o Benfica perca para culpabilizar a direcção do Clube pela saída do treinador (com a cereja a ser o sucesso do mesmo para lá da muralha da Segunda Circular). Ambos merecem a minha total indiferença. Não me apetece julgar o carácter de Jesus (nem tenho qualquer aptidão para isso) nem me apetece que o Benfica não ganhe. Gostava mesmo era de renovar já o meu Red Pass.

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rematado por Ricardo às 09:02

Segunda-feira, 15.12.14

Limão

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No decorrer da passada semana visualizava com interesse um programa na BenficaTV que falava acerca do DVD de “carreira” do Ryan Giggs em que a dado momento o entrevistador lhe pergunta que tipo de relação tem o Giggs com o novo treinador do Manchester United Van Gaal. Entre outras coisas o Giggs diz o seguinte “dou-lhe alguns conselhos com a experiência que tenho desta Liga, por exemplo há jogadores que marcam sempre contra determinadas equipas”. Não sei se o texto é exactamente este mas o teor é. E com isso lembrei-me automaticamente do Lima na noite de ontem. O Lima marca ao Porto. Foi assim pelo Braga e tem sido assim pelo Benfica.

 

Na passada semana fiquei entusiasmado com a possibilidade do Lima estar no “banco” no Dragão. Iria jogar o Jonas. Estava a fazer melhor época, estava motivado e o Lima falhava golos atrás de golos. Com o Belenenses teve daqueles lances que até eu marcava. Ontem sai o 11 e foi a minha principal surpresa. Minha e de todos. Menos de quem sabe. Quem treina o Benfica diariamente. Por isso o Jesus está no Banco do Benfica e eu estou aqui a escrever estas coisas. É a grande diferença. Uns sabem, outro opinam. A vida resumida.

 

Ontem no Dragão o Benfica teve a sorte do jogo. Fez os 2 golos em alturas cruciais, viu bolas a bater nos ferros, teve um lateral amarelado aos 5 minutos, teve um Samaris a fazer um jogão, Talisca e Gaitan sublimes e um Júlio César a mostrar porque foi um dos grandes guarda-redes do futebol europeu nos últimos anos.

 

Correu tudo bem. As forças inverteram o jogo tacticamente perfeito que caiu ao minuto 92 com a “chouriçada” de um tal de Kelvin.

 

Mais uma vez o Benfica volta a triunfar no estádio do FC Porto por 2-0 com um jogador a bisar. Uma das vezes deu título, a outra não. Esperemos que seja a primeira opção. 6 Pontos de vantagem são bons mas não suficientes para o que ai vem. Acreditar até ao fim e gerir jogo a jogo. A falta de pressão europeia pode ajudar.

 

O que faltou? Apenas ter marcado presença física no Estádio, mas quando nos sentamos à mesma mesa com a quase totalidade dos melhores amigos destas andanças de bola e se festeja com abraços como no estádio não se pode pedir tudo.

Um dia feliz.

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rematado por Ricardo às 10:04

Quinta-feira, 02.10.14

Quando não se sabe mais...

 Ver um jogo enquanto se janta com os amigos tem dois efeitos, o primeiro é que a nossa atenção é repartida entre o televisor e quem nos rodeia o que nos pode por momentos alhear do que se passa no ecrã, o segundo é que esse alhear até pode ser bom… Foi o que aconteceu ontem em Leverkusen.

 

Numa localidade em que o Benfica fez um dos jogos mais memoráveis da sua recente história europeia, num estádio onde há 2 anos vi a bola com flocos de neve na cabeça e onde o Tacuara nos deu mais uma brilhante vitória o Benfica deixou uma triste imagem. Não só de si mesmo (gravíssimo) como do panorama actual do futebol português (menos grave). E o futuro não se augura brilhante….

 

Mas como com o mal dos outros (equipas portuguesas na Europa) posso eu bem, olhando para o jogo do Benfica em Leverkusen é fácil perceber o que aconteceu. E isto são factos que por muito que custe a admitir ficaram a nu em ambos os jogos europeus do Benfica esta temporada:

 

- o plantel é curto em opções de qualidade. Falta-nos um central de categoria (não conheço o Lisandro), um guarda redes como o Oblak e um ponta de lança matador. Ainda dou o beneficio da dúvida relativamente ao “trinco”, mas estas 3 posições estão por preencher. Não sei se o Jonas consegue resolver a última.

 

- o Benfica há vários anos para cá tem vivido das boas prestações europeias na Liga Europa. Na Liga dos Campeões a música é outra e se a memória não me falha a última brilhante prestação nesta competição deve ter sido com o Koeman…

 

Tudo o resto à volta disto é folclore, sejam eles penalty’s que ficam por marcar, expulsões idiotas, frangos dos guarda redes ou má rotação do plantel por parte do Jesus.  Até pode ser tudo verdade, mas não justifica que uma equipa que dizem de Pote 1 da Liga dos Campeões chegue a Leverkusen e nos primeiros vinte minutos  passe o tempo no seu meio campo a levar “bolada”… O Pote 1 é a nossa falácia. É a nossa soberba que não nos permite a humildade de reconhecer (a nós e ao Fóculporto) que o nível de Portugal é Pote 2 para baixo.  

 

Qual é a solução agora?

 

Passa por ganhar no Mónaco, ganhar na Luz ao Mónaco e ao Leverkusen o que pode permitir uma nova escorregadela em São Petersburgo.

 

Simples.

.... aposta-se no Casino

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rematado por Ricardo às 10:20

Quarta-feira, 17.09.14

Champions Like

 

A distância de Setúbal ao Estádio da Luz não é muito grande mas esta Terça Feira europeia provou que jogar na nossa Liga e na Liga dos Campeões é cada vez mais uma realidade paralela que raramente se cruza. Porventura nos confrontos com o FC Porto e pouco mais… A nossa Liga está cada vez mais fraca  e a Liga dos Campeões cada vez mais forte. Se provas faltassem (e não faltam, já que claramente os clubes portugueses não têm “andamento” para mais que os oitavos de final da Champions – salvo imponderáveis) ontem o Benfica (e muitos dos seus adeptos) receberam um “banho de humildade” na sua própria casa.

 

É certo que o Zenit teve a sorte do jogo (a mesma que tivemos em Setúbal) e que porventura nos possamos queixar aqui e ali de uma decisão de arbitragem ou de algum “azar”. Talvez merecêssemos um golo. Aqueles que ficaram até ao apito final e não abandonaram a equipa para correr para algum estacionamento ou para o Metro mereceram. A equipa que lutou com 10 elementos quase 2 terços do jogo também merecia. Lutaram, correram, esforçaram-se e fizeram por merecer a sua sorte. Não a tiveram. Os outros foram melhores. E passados 2 anos (2 anos !!!) o Benfica voltou a perder na Luz. Todo este trajecto da equipa merece o nosso aplauso e ovação. Como muito bem a Luz entendeu. Finalmente.

 

Saí do Estádio com uma estranha sensação de alivio. Por um lado agrada-me perceber que a maioria presente na Luz entendeu o jogo, entendeu a equipa, entendeu o futebol. Agrada-me também que a “euforia” relativamente aos 5-0 de Setúbal abrande e finalmente agrada-me também que o Zenit seja a equipa mais “complicada” do grupo. Dá-nos boas perspectivas de apuramento (a jogar com a vontade e garra de ontem) para um possível apuramento para os oitavos…


Em Leverkusen logo veremos…

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rematado por Ricardo às 11:38

Quinta-feira, 03.10.13

Paris Sem Glória

Nos dias após as derrotas do Benfica é me sempre mais fácil escrever acerca do tema. A inspiração parece que surge na desgraça e tal coisa é para mim um enorme motivo de vergonha. O cheiro a madeira e da tinta a arder, o barulho da derrocada, o som do metal a retorcer no acidente… são exercícios de puro masoquismo …a mim dá-me para escrever a outros para atirar a toalha ao chão...

 

A outros, os piores disto tudo, dá para festejar estas derrotas  porque não gostam do treinador do presidente e acham que estas derrotas são enormes tónicos para os seus egos inchados pensarem que têm razão… Uma lástima de gente…Acabo sempre por recordar a expressão imortalizada pela voz grossa do Michael Cane no “Dark Knight” : “Some Men Just Want To Watch The World Burn”

 

Esse parece me ser um dos maiores problemas culturais neste Benfica…

 

Indo primeiro a Paris, confesso que vi o jogo a espaços (o que por si só é um sintoma da letargia que me atingiu …afinal não é só a equipa) mas colocando os pés bem assentes na terra e no dia posterior à derrota é por demais evidente que o Paris SG é uma equipa muito superior ao Benfica (só não é para aqueles saudosistas / loucos que acham que o Benfica ainda joga com aquele onze que a passa na Benfica TV a promover o Museu) e que sofrer um golo aos 5 minutos “rebenta” com qualquer preparação táctica para qual partida de futebol. Isso para mim são duas verdades absolutas e em relação ao apuramento sempre achei que se iria discutir com os gregos do Olympiakos (que foram “sovados” em casa por 4-1 por este mesmo PSG na primeira jornada).

 

Falando de Champions (factualmente) o nosso futuro depende dos dois confrontos com os Gregos. Empatar em Atenas e vencer na Luz é importante e deve por si só garantir a passagem aos 8ºs de Final  (onde iremos para casa) já que não creio que o Anderlecht tenha alguma palavra a dizer neste apuramento. Depois é não “borrar” a pintura em Bruxelas, já que depois do festival de ontem duvido sequer que o Benfica consiga vencer o PSG em casa… A não ser que o apuramento esteja já decidido para os franceses e estes venham a Lisboa jogar com as reservas…

 

O que já me custa a “engolir” no dia de ontem e na semana anterior é por um lado a falta de atitude gritante de uma equipa recheada de bons valores e a péssima gestão de espectativas relativamente ao embate de ontem (e à nossa ambição na Champions League) depois de um fim de semana em que mais uma vez o nosso fado não permite sequer ganhar a um Belenenses no Estádio da Luz. “Ah e tal são competições diferentes”… Sim pois são… mas até no Football Manager quando sou questionado para a ambição da equipa nos confrontos com os teoricamente mais fracos tenho a habilidade de transmitir que a equipa está sempre motivada. E deveria estar… mas também devem ter a sagacidade e a inteligência suficiente para perceber as limitações que têm e perceber que a gestão de expectativas é muito importante quando se gere um grupo de pessoas…seja ele um plantel…seja ele 6 milhões de adeptos.

 

Portanto, o que nós pretendíamos era que uma equipa que nem sequer tem arte, engenho e atitude competitiva para vencer o Belenenses no Estádio da Luz, fosse ao Parque dos Príncipes vencer o Paris SG… e qual era a nossa arma secreta? O apoio dos emigrantes…

 

Certo…

 

 Considero que faz falta um “abanão” no Benfica. O problema é saber onde começar…

 

Será no treinador? É o Marco Silva uma melhor alternativa? (o exemplo do fraco desempenho do  Paulo Fonseca nos rivais dá que pensar…)

 

Será na Direcção? Oiço essa conversa desde os tempos do João Santos. Depois tivemos o Jorge de Brito que era velho demais para aquilo e andava mal acompanhado. Veio o Damásio e tivemos das piores equipas de futebol, andava de braço dado com o Pinto da Costa, etc. Veio o Vale e Azevedo que era o salvador da Pátria Encarnada e agora está na Carregueira a fazer de Sacristão. Chegou o novo salvador, o Vilarinho que prometeu Jardel (não era o George ???) e era bom mas depois já era bêbado. Veio Luis Filipe Vieira, um “sabichão” dos meandros do futebol e que trouxe o Simão para o Benfica. Novo Estádio, novo centro de Estágio, novo Museu e novos ciclos ano após ano… Pelos vistos também não serve…

 

Não sei onde vamos parar…Talvez a um qualquer Oligarca Russo ou um Árabe cheio de Petrodólares? É esse o caminho?

 

Um pouco por toda a Europa vemos exemplos de como o futebol se transformou. Como os ídolos do Bayern de Munique são um Francês e um Holandês. Como no Manchester United se destruiu um legado em meses, como no Manchester City se investem milhões e milhões ano após ano para nada, como no Real Madrid se faz o mesmo ou pior, como o Chelsea se transformou num Belenenses para um candidato ao título com uma varinha mágica vinda do frio… e nós? Continuamos agarrados aos valores do passado que achamos que vão voltar numa manhã de nevoeiro acompanhadas por bandeiras de Cosme Damião(essa moda que veio para ficar até aparecer a próxima) para salvar o Benfica e manter o seu estatuto de Grande, esquecendo que o Estádio da Luz está cada vez mais vazio, a militância benfiquista é cada vez menor e não ultrapassando o rotulo de perdedor em que épocas de Sonho se transformam em pesadelo em minutos de desconto…

 

A minha cabeça ainda está no jogo com o Estoril do campeonato passado, está no Jamor com o Guimarães e na falta de atitude no campo e no final do jogo, está no milagre que foi ganhar ao poderoso Gil Vicente em casa nos descontos, nos insultos do Capitão do Benfica aos sócios, no empate com o Belenenses e na mão de Gaitan levantada ontem a pedir fora de jogo passivamente…

 

O plantel quer “despedir” o treinador? O plantel não quer o Cardozo? O Lima anda descontente? Os sérvios andam a minar isto porque não jogam? É Jesus o responsável por isto? É Vieira? É Carraça? Somos nós?

 

Acordem e mudem de figura… Já no Domingo…

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rematado por Ricardo às 11:18

Quarta-feira, 18.09.13

O Divórcio

 

 

Faltavam ontem cerca de 15 minutos para começar o Benfica – Anderlecht para a primeira jornada da Liga dos Campeões 2013/2014 e o Estádio da Luz apresentava uma moldura humana de cerca de 15.000 pessoas (ou até menos). Fez me lembrar os áureos tempos da direcção de Manuel Damásio com assistências dignas de um clube da League 1 inglesa. Mas não, era o Benfica do consulado Luis Filipe Vieira, com o melhor plantel desse consulado e com Jorge Jesus ao leme, que é factualmente o melhor treinador do mesmo consulado.

 

No final verifico a assistência oficial. Não chega a atingir os 30.000.

 

Claro que se trata de um jogo a dia de semana, com as dificuldades inerentes a quem tem de se deslocar para o Estádio ver um jogo televisionado e o posterior regresso a casa com um dia de trabalho pela frente (os que ainda têm a sorte de o ter). Claro que estamos sob o jugo de uma crise financeira brutal que provoca clivagens nos orçamentos familiares, e obviamente o futebol não pode (nem deve) ser uma prioridade.

 

Mas analisemos o caso do Benfica especificamente.

 

O antigo Estádio da Luz era claramente sobredimensionado. Os cerca de 120 mil lugares de que dispunha (antes das remodelações que sofreu) eram claramente excessivos. Comecei a frequentar a Luz em 1992 e poucas vezes o vi “cheio”.  Presencialmente acho que nunca o vi cheio (apesar de excelentes assistências…inclusive frente ao Parma – que colosso europeu - num dia de semana à tarde) e se perguntarem a alguém qual o jogo que a velha Luz teve maior assistência confesso que espero que a resposta seja (para os da minha geração) invariavelmente ou o Benfica vs Marseille ou… a final do Mundial de Juniores.

 

Remodelou-se a Luz, ficou mais moderna com as cadeiras e um fosso (a afastar as pessoas do cheiro da relva) e as assistências foram  minguando. Apareceu Vale e Azevedo e a sua dinâmica trouxe pessoas ao Estádio. Conseguiu a proeza de fazer os Benfiquistas acreditar em algo que hoje já nem me recordo o que foi. A verdade é que das coisas boas que Vale e Azevedo trouxe ao Benfica foi o aumento das assistências na Luz relativamente à anterior direcção. As equipas eram miseráveis, os jogos péssimos, os treinadores eram de fugir (excepção a Heynkes e Mourinho…mas mesmo esses tiveram muitos momentos negros) mas a Luz acreditava em qualquer coisa.

 

Chegou Vilarinho e depois Vieira. Chegou o novo Estádio da Luz. Eu gosto da nova Luz. Não tem o misticismo do anterior, não tem aquele aspecto espartano do betão, mas é uma infra-estrutura bonita, acolhedora e funcional.  E até considero que a criação do Sector Visitante com uma “gaiola” acaba por ser uma boa medida, no entanto o essencial é que a Luz passou rapidamente dos 120 mil para 78 mil ainda no antigo para os actuais 65 mil lugares. Ou seja, quase metade da capacidade máxima e muito perto dos 70 mil que existiam antes de Fernando Martins “fechar” o mítico 3º anel.

 

As nossas assistências este ano andam na casa dos 30.000, menos de metade da nossa capacidade.

 

Isto não faz pensar ninguém com responsabilidades no Benfica? Isto não nos faz interrogar a nós próprios em que nível está a nossa militância benfiquista?

 

Ontem chego a casa após o jogo na Luz e vejo o resumo da jornada da Liga dos Campeões. Há apenas um Estádio que se apresenta com milhares de cadeiras vazias junto ao relvado. Adivinharam. É o Estádio da Luz.

 

Em Atenas (caso não saibam é na Grécia… aquele país que anda pior que o nosso) o Estádio Georgios Karaiskakis rebentava pelas costuras confiando um ambiente brutal de apoio à equipa da casa. Estou a ser um pouco desonesto, já que a capacidade deste estádio pouco ultrapassa os 30.000. A questão aqui é que não acredito que no Olympiakos façam campanhas a dizer que o número de sócios é o maior do mundo e que o canal de TV está próximo dos 180 mil subscritores.  Onde anda toda essa gente? Porque é que o Benfica não divulga em comunicado (e não escondido em relatórios e contas) o número de RED PASS que anualmente são adquiridos? Em que tipo de Clube nos estamos a tornar? Caramba…até no Football Manager esse dado é divulgado…

 

O ano passado jogámos a passagem a uma Final Europeia (!!!!) e o Estádio da Luz não estava a rebentar pelas costuras… O que é que vocês estavam a fazer nesse dia? Ouviram 6 milhões?

 

Temos uma excelente equipa, andam a embirrar com o quê? Com o Presidente? Com o Treinador? Com o Artur? Com o Luisão? Com o Oblak? Com o Maxi? Com o gajo da Águia? Qual é a vossa desculpa 6 Milhões?

 

Faz lembrar aquelas relações que estão moribundas e que todos os motivos são válidos para não estar com alguém a quem um dia fizemos juras de amor…  Todas as desculpas servem para fugir ao simples facto de que esse amor não existe mais… e é apenas uma conveniência…

 

É nesse estado que está o Benfica actualmente…urge agir… urge trazer paixão… urge acreditar… Mas ao contrário do que se calhar pensam essa “ilusão” e essa onda tem de começar na Bancada e depois contagiar a equipa. Os rapazes têm qualidade…  se calhar é na bancada que nos falta…

 

PS: Boa vitória do Benfica ontem mesmo que frente à teoricamente mais fraca equipa do Grupo. Entrar a vencer e não desperdiçar pontos em casa é essencial se querem ir em frente na Champions.  Excelente exibição de Fejsa. Gostei também do André Almeida e do golão do Luisão. Saí feliz com a equipa. 

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rematado por Ricardo às 13:57

Domingo, 01.09.13

O derby do lado de cá, o meu

É mais ou menos unânime: neste jogo o Sporting começou bem e fez boa primeira parte - já sei, o golo é em fora de jogo e isso, no estádio vi nada disso. Na segunda os 20 primeiros minutos só deu Benfica com um golo numa jogada irrepreensível. O Sporting desorientou-se e eu enervei-me. Não havia necessidade de nada disto. Ao Carrillo deixa de apetecer e eu fico logo nervosa. Não falo de Maxis e isso permite-me apreciar Maurícios, ficamos assim.  

Os 70 minutos são o meu Vietname. Se o Sporting está a perder, se está a ganhar 1-0, se está empatado, não importa. Só se tiver uma margem de 3 golos (pausa para piada fácil) fico menos irracional. Sim, sim a época passada passei pouco por isso, mas lembro-me bem de aos 70 minutos em 2011/12 começar o meu calvário jogo sim jogo sim. Nunca me deixes, Rui Patrício. 

Derby é derby, assumo tudo. Para mim não é nada mais um jogo. E é-o com tudo a que tem de direito. Com nervos, grito de golo, grito de "nãããããooo!" a acompanhar a jogada que deu o golo ao Benfica e qualquer coisa que se assemelhe a um ataque. Desta vez, no golo do Benfica nem olhei para a bancada. Já vi algumas vezes e sei como é - calminha, vi golos no Sporting na Luz e é precisamente por isso que sei a explosão que é, estava nervosíssima na segunda parte e não precisava de ver mais isso. Suspeitíssima, direi que o resultado me parece justo, com pena de não ter ganho o Sporting. Nunca me deixes, Freddy Montero. 

Do Sporting. O que se passa é que em três jogos já vimos mais futebol que a época passada inteira. Mas isso é cá connosco, só quem passa por isso percebe. E eu também não peço que mais alguém o entenda. Nem fazia sentido, nem tinha graça se assim não fosse. Nunca me deixes, Eric Dier. 

Se houve quem celebrasse o empate, paciência. Para mim é simplesmente um alivio ver o Sporting jogar tão melhor que nos últimos anos - nunca me deixes, William Carvalho. Quem acompanhou - não entrarei pelo "quem gosta realmente do Sporting", o gostar não se mede e cada um sabe do seu - os jogos do Sporting a época passada, e os resultados falam por si, só pode ficar satisfeito com os três jogos deste campeonato, ainda por cima com miúdos da casa, uma "teima" antiga em Alvalade. Nunca me deixes, Adrien. 

E não, não digo isto num tom de anime-de-lagrimas-ao-vento "é tão bonito". É a nossa realidade, não tem mal nenhum assumi-la. Prefiro isso a ficar cega e achar que não falta trabalho ali e é tudo nosso. Longe, muito longe disso. Nunca me deixes, Andre Carrillo (nem deixes o jogo, são 90, no-ven-ta minutos)

 

Agora vou ali atar o pé de Capel com uma corda até ao fecho do mercado. 

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rematado por Pi às 22:02

Sábado, 24.08.13

A entrevista de Vieira à Benfica TV

Relativamente à entrevista do Presidente do Benfica na BenficaTV:

- foi das poucas vezes que vi o LFV a engasgar-se numa entrevista, o que por si só faz me querer que a entrevista não foi combinada nem arranjada. E o Conduto garantiu que o mesmo se passou com a do Cardozo. 

- Jesus: Vieira garantiu o Jesus mas... até ver. (nem podia ser de outra forma)

- Estrutura: Vieira meteu responsabilidade e pressão em Rui Costa. E parece que tem uma espécie de papel de Mentor...

- Oposição: Piscou o olho ao Rui Rangel e já mostrou que não pode com o Zé Veiga nem à lei da bala. Mais uma vez o Conduto chutou sem medos o nome do Veiga quando Vieira estava a tentar fugir.

- Vendas: Prometeu que Matic só saia por 50 Milhões. Não acredito.

- Cardozo: falou do caso como uma pessoa com responsabilidades deve falar. Houve um problema, o problema foi resolvido entre as partes, Cardozo passa a treinar na segunda feira. Se tudo isto for verdade e voltar a ver o Tacuara a marcar os golos que tem marcado e não houver problemas no plantel com essa integração...perfeito.

- Oblak: anunciou basicamente que o Esloveno teve um empresário / conselheiro ganancioso e que o tentou desviar do Benfica. Abriu a porta para uma resolução na próxima semana. Gostava pessoalmente que tivesse hipótese no plantel do Benfica. 

- Confirmou a aquisição de Fejsa que garante que não é substituto de Matic (o que me faz concluir que se Matic for vendido virá um jogador de qualidade superior a este sérvio para o lugar)

- Confirmou que Hugo Vieira vai para o Braga em definitivo. Mais um jogador que nunca vestiu oficialmente a camisola do Benfica. Porque o contrataram? 

- Explicou que o empréstimo de Farina foi feito numa óptica meramente empresarial. A boa notícia é que pelos vistos o empréstimo pagou 40% do passe.

- Explicou a aquisição e empréstimo de Pizzi. Concordo em absoluto com o explicado. 

- Desmentiu o interesse do Benfica em Bruma. Ainda bem que não vem cá parar.

- 2º canal da Benfica TV. Necessário. Boa novidade.

- Não confirmou Júlio César mas também não negou.

- Voltou à demagogia quando afirmou que o Benfica ia ter mais jogadores das camadas jovens no plantel, mais portugueses, seria mais independente financeiramente e que teria de deixar de vender jogadores "obrigatoriamente" como agora. 

 

- Prometeu que até 31 de Agosto a situação dos dispensados que treinam à parte estará resolvida.

Vieira mais uma vez demonstrou o que já estamos habituados na sua personalidade...a sua grande vantagem é falar uma linguagem que todas as pessoas entendem e isso ainda não perceberam os seus principais opositores. Assim vai continuar a goleá-los nas urnas mesmo que o Benfica não vença...

Resumido: foi a melhor entrevista de sempre feita ao Presidente do Benfica. O jornalista fez todas as perguntas que devia ter feito e ainda insistiu várias vezes nos temas mais sensíveis (treinador, cardozo, estrutura, títulos, preço dos bilhetes e pasme-se... Oblak). Orgulho em ter um profissional assim na BenficaTV. 

Parabéns Helder Conduto.

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rematado por Ricardo às 00:13

Sexta-feira, 16.08.13

SL e Benfica Season Preview 2013/2014

 

 

Efectuar este exercício de previsão para a época de 2013/2014 na Luz torna-se ainda mais complicado após o final da última temporada (que afectará certamente a nível psicológico toda a pirâmide que vai desde o simples adepto ao Presidente e Treinador) assim como as incógnitas do plantel real (Agosto a Janeiro) até ao fecho do mercado de transferências.

 

Confesso que o desapontamento da época passada ainda não desapareceu deste coração (e cérebro) mas isso não é nada que vitórias nos 3 primeiros jogos da temporada (2 fora da Luz de elevada dificuldade) não elimine. Ou seja, ao Benfica (como a todos em geral) “basta” ganhar para tudo o que era errado se transforme em bom. Isso aplica-se também a Jorge Jesus. Sou um fan indefectível do JJ desde que chegou à Luz, nem que seja pelo simples facto (repito…facto) de nunca ter visto uma equipa do Benfica a jogar melhor futebol que as de Jesus (ah..só tenho 34 anos). No entanto o final da temporada passada foi demasiado duro para a relação de Jesus com as bancadas da Luz. Os jogos com o Estoril e com o Guimarães no Jamor foram para mim uma machadada na confiança do treinador. Correu tudo mal. Correu tudo pelo pior.  Se por um lado achei inteligente a opção da direcção do Benfica em manter o treinador por outro lado o facto de o manter para mais tarde o “responsabilizar” por tudo o que de errado possa a vir acontecer é algo que já vi na Luz, onde os mais altos responsáveis conseguem ininterruptamente passar entre os pingos de chuva mesmo que a borrasca seja  épica.

 

Neste momento acho que é isso que irá acontecer…

 

No entanto, e como costumo olhar para cada época com redobrado optimismo (esta falta de razoabilidade nunca desaparece) cá estou mais uma vez como na temporada passada para escrever a minha opinião acerca do nosso plantel com base no meu (humilde) conhecimento dos reforços e com apenas alguns minutos de jogos de pré temporada visualizados em “streams manhosos”  (mas no entanto já me tornei um dos novos assinantes da Benfica TV). E até ao momento vejo uma equipa previsível, aborrecida e que sofre muitos golos. Necessito que volte a ilusão do futebol do Benfica de Jesus.

 

Posto isto...vamos lá...

 

Guarda Redes

 

A “novela” Oblak vai marcar sempre este defeso. As declarações de Jorge Jesus na entrevista à Benfica TV relativamente à situação do esloveno foram de uma sensibilidade semelhante há que existe num Panzer a entrar pela Ribeira das Naus… No entanto a responsabilidade não pode arcar apenas no treinador. Se já existia um “parecer” da estrutura (???!!!) para a não presença da jovem promessa no plantel então todos os cenários deviam ser acautelados. No entanto, e na minha opinião, tinha claramente lugar neste plantel. Com Paulo Lopes bem ciente do seu lugar, cabia ao Oblak dar a luta que o Artur tanto necessita.  Tinha sido a solução “perfeita” para todos. Inclusive para os cofres da Luz.  Como até ao momento não aparece nenhum milagre que resolva este caso, parece que (a menos que haja uma surpresa de última hora) vamos atacar o campeonato com os mesmo guardiões do ano passado. Artur e Paulo Lopes com o Mika a rodar nos “B”. Parece-me curto.  Gosto do Artur (e não esqueço algumas defesas fantásticas que fez o ano passado) mas precisa claramente de estimulo (e não estou a falar daquele que envolve policias gay e coisas do estilo). Falou-se em Fraser Forster do Celtic (hummmm) ou mesmo em Júlio César do QPR e da Canarinha (agradável), mas não acredito que venham nomes com salários tão elevados. Ou há um milagre no caso Oblak ou então duvido que a titularidade da baliza do Benfica fuja ao Artur Moraes.

 

Defesa

 

A defesa foi dos sectores mais reforçados no mercado. Chegarem jogadores com algum nome e outras jovens promessas. Gostei do que vi em Lisandro Lopez. Parece-me bom central e com um futuro promissor. Steven Vitória é uma incógnita. Não o vejo mais que um 3º ou 4º central (tudo vai depender se o Mercado leva Garay ou mesmo Luisão) mas tem alguma veia goleadora que pode ser importante em alguns jogos. Espaço cada vez mais curto para Jardel no eixo da defesa. Mitrovic teve alguns bons momentos mas parece-me jogador para ir rodar em alguma equipa ou então mesmo nos “B”, mas parece-me melhor do que esperava para alguém que veio do Kortrijk.

 

Nas laterais não gostei nada de Bruno Cortez (a não ser que a ideia seja colocá-lo a jogar a extremo) e para os mais distraídos queria lembrar que Cortez é um jogador “feito” com 26 anos. O trabalho que se consegue fazer num jovem não resulta da mesma maneira num jogador com anos e anos de automatismos. No entanto, todo o meu crédito ao Jesus se conseguir que Cortez seja um Coentrão com sotaque. Ele tem talento nos pés e vontade. Falta-lhe saber defender. Veio também Silvio e demonstrou que se calhar para muitos dos que criticavam como é que o Benfica tinha deixado “escapar” um jogador internacional português que já fora seu…bem…o Silvio não encheu as medidas a ninguém esta pré-época, no entanto (e apenas se a opção Cortez começar mesmo a correr mal…já sabemos como é Jesus) pode ser que agarre o lugar na esquerda. No lado direito é Maxi o senhor do lugar (independentemente de por vezes a vontade já não chegar às pernas) com o André Almeida (ou o Amorim em caso de urgência) à espreita. Claro que neste caso o Silvio também pode servir, mas é claramente daqueles jogadores que passam a vida do banco a tapar os buracos…

Resta saber o futuro de Melgarejo. Teve uma época estranha. Começou mal, depois agarrou (e bem) o lugar na esquerda e no final da época perdeu o lugar para o André Almeida. Para culminar é um dos envolvidos no “Cardozo Show” do Jamor. Duvido que fique no Benfica, mas se ficasse era com naturalidade que lhe dava a lateral esquerda. Sem pestanejar.

 

Uma última incógnita…haverá espaço para sonhar com o empréstimo de Fábio Coentrão nas últimas horas do mercado?

 

Meio Campo

 

A confirmar-se os principais reforços do meio campo são Matic e Enzo Perez. Titulares indiscutíveis no miolo, e arrisco, os únicos indiscutíveis de todo o meio campo do Benfica. Se Matic fez a época espectacular que fez acho que em grande parte o mérito é de Enzo Perez. Jesus soube gerir este “caso” e transformou um jogador que não queria estar na Luz num dos melhores médios centro que já vi com a camisola do Benfica. Enzo faz-me lembrar Thern. E ainda tem aquele mau génio sul americano que mexe no campo.  Chegou o Ruben Amorim depois de passar duas temporadas em Braga em que pouco evoluiu. Se estiver mais equilibrado mentalmente (e perceber que tem de lutar pela titularidade com dois indiscutíveis) será um bom reforço. Pode fazer um pouco de Matic e um pouco de Enzo e em vários jogos pode ser muito útil. Pode ser o suplente que o ano passado nos faltou quando com o Estoril jogou o Carlos Martins ou no Dragão entrou o Roderick.  Nas alas estou tranquilo. Os novos sérvios são bons jogadores. Markovic é um craque da cabeça aos pés. A forma como aos 19 anos joga futebol é apenas digno de um predestinado. Será um jogador que vamos chorar a sua partida na próxima época (ou no máximo daqui a duas) e Djuricic é também um excelente jogador apesar de eu não ser fan de uma táctica com um número “10” no futebol actual. Depois temos o Salvio e o Gaitan (que continuo a achar que joga melhor na posição de “10”), e ainda o Ola John e o Urreta (cujas permanências neste momento são incógnitas) e o André Gomes que claramente necessita de voltar com os pés à terra e fazer pelo menos meia temporada na equipa “B”.

 

Ataque

 

Podia estar tudo perfeito no ataque do Benfica se não fosse o desvario de Cardozo com o André Almeida e com o Jesus no Jamor. Teríamos a dupla maravilha novamente a funcionar e o ataque do Benfica iria fabricar golos como quem fabrica Alhambras ali em Palmela. No entanto a novela criada por Cardozo (e apenas por ele apesar de posteriormente muito mal gerida pelo Benfica)  deitou tudo a perder. Lima parece titular de caras e se o Rodrigo jogasse sempre como fez com o Elche era uma opção muito credível. Há depois Sulejmani (que ainda não percebi se vai jogar a avançado, a segundo avançado ou nas alas – e acho que o Jesus também não) e ainda (se sempre chegar) Funes Mori, que provavelmente irá ocupar o lugar de Kardec nos nossos corações. Resta saber o resultado de toda a novela Cardozo. Se ficasse (o que não acredito) era um “reforço” muito importante. Se sair e não abrirmos os cordões à bolsa para ir buscar outro goleador os problemas da pré-temporada serão exponencialmente superiores no decorrer da época “a sério”. E isso pode ser um grande problema.

 

Finalmente uma palavra para os jogadores que abandonaram a Luz (por empréstimo ou em definitivo): não vejo lugar neste plantel para o Nélson Oliveira, não vejo lugar num clube como o Benfica para o Roderick ou o Miguel Vitor e tenho pena que o Miguel Rosa não tenha tido algumas oportunidades para jogar pela equipa principal no ano passado. Não é jogador que considere para titular de uma equipa como o Benfica (talvez um Braga ou um Guimarães) mas a forma como levava às costas em grande parte dos jogos os nossos “B” mereciam um pouco mais de (talvez seja forte a palavra) respeito. Até ao dia que o próprio jogador decidir abrir o livro (se o fizer) e explicar porque nunca teve oportunidades (se é que ele o sabe) acho que vamos todos ficar com esta incógnita. Desejo-lhe uma excelente temporada ao serviço de um bem orientado Belenenses e que (excepto frente ao Benfica) demonstre a qualidade que tem. Mas não esqueçam…já tem 24 anos e ainda não deu o “salto”.

 

Que comece a bola a rolar que deste futebol falado já estou cansado…

 

Viva o Benfica !!!

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rematado por Ricardo às 16:09

Terça-feira, 28.05.13

Roda o Palco

 

 

Passaram dois dias da última desilusão desta época desportiva do Benfica (futebolisticamente falando…) e neste momento o nosso Clube está nos a oferecer o seu pior. Aliás, começou logo após o apito final no Jamor, na demonstração de falta de Fair Play, na “zanga” entre o Cardozo e o Jesus, nos socos e pontapés nas bancadas entre benfiquistas… Tudo um mundo de trevas às quais nunca me irei habituar…

 

Ainda no Jamor oiço palavras de ordem contra o treinador e o presidente do Benfica, como se a nossa “noite das facas longas” começasse logo ali… naquela tarde de sol e que se pretendia de festa e de consolação para a nossa montanha russa de 2012/2013.

 

Não consigo reagir dessa forma… A quente chamei todos os nomes ao Artur. Foi a “robertada” dele que nos posicionou para este desfecho naquela tarde. Mas mais tarde já me lembrei daquela defesa impossível em Amsterdam e tudo passou. Desculpa Artur.

 

O Benfica que caiu no Jamor, no seu último sprint, é uma vítima de si próprio. É um Benfica vítima da fanfarronice, da festa antecipada, do desleixo e da descontracção.  É um Benfica vítima do seu umbigo.

 

“Ah, estás a falar do Jorge Jesus”… Não de todo. Estou a falar de nós todos. Desde o Presidente ao adepto mais comum que mesmo sem bilhete foi ao Jamor comer umas bifanas com os amigos e beber umas cervejas.  Estou a falar daquele adepto que basta um jogador vir de um qualquer lugar exótico para ser endeusado com cânticos e estandartes. Aquele adepto que “bastou” o Jesus ganhar um Campeonato para o endeusar também. Nunca me vou esquecer das tarjas que no “Barbas” adornavam o exterior dos restaurantes no verão após a conquista do Título pelo Benfica do primeiro ano do Jorge Jesus.

 

Se calhar a análise a este Benfica (que começou após o Fernando Martins…ou com ele e o seu braço dado aos lá de cima…) deveria passar por todos nós… Deveríamos ter capacidade de olhar para o nosso espelho e tentar perceber em que erramos, em que ponto tomámos a estrada errada e porque estamos aqui…

 

Deveríamos também perceber em que momento a nossa metamorfose de Adepto (aquele que apoia incondicionalmente as suas cores sem perder o sentido crítico) nos transformou em meros clientes de um Clube que hoje em dia é um Grupo Empresarial (de sucesso pelos vistos). Em que momento vendemos a nossa alma ao diabo para poder vencer a qualquer custo. Apostámos no vermelho (claro) mas saiu preto…

 

Devíamos entender quando nos transformámos num clube de plástico em que as “coreografias” nas bancadas são pagas a uma empresa que copia os adeptos do Fóculporto…

 

Estamos melhor? Sim estamos. Se calhar ao contrário da maioria neste momento de amargura e tristeza consigo entender que nem tudo está a ser mal feito. O Benfica está melhor hoje do que na época em que comecei a ir à Luz (90/91). Conseguimos ir longe na Europa (mesmo que seja a segunda divisão…mas bolas…é para isso que o futebol português está fadado), já estamos a conseguir não ficar a 15 ou mais pontos dos Andrades (sim…já vivemos isso…) e temos comprado e exportado jogadores com qualidade (e lançado jovens promessas aos melhores clubes europeus).

 

Temos ganho “coisas”? Não. Temos sido incapazes no momento da verdade. Onde os “Outros” têm mostrado capacidade de vencer nós temos sido os “losers” desta história. Em poucos momentos aconteceu o contrário, mas lembro-vos também que para cada golo no último minuto de um Kelvin que devia ter levado uma pantufada do Roderick  há aquela final da Taça da Liga onde após Marselha e com as “reservas” vencemos o arqui-rival. Foi na Taça da Liga? Nem que fosse ao berlinde… e aí sim…”Limpinho Limpinho Limpinho…”

 

 Onde pára esse Benfica do primeiro ano do Jorge Jesus que nos fazia sonhar?

 

Numa análise “fria” ao plantel deste Benfica vejo que temos um Guarde Redes de qualidade, dois centrais de qualidade, um defesa direito que já teve melhores dias (mas que dá sempre tudo em campo), um defesa esquerdo adaptado, um miúdo que vai fazendo os dois lugares das laterais adaptado (e esforçado). No meio apenas um trinco (que mesmo assim surpreendeu meio mundo…pois eu não me esqueço do que todos dizíamos do Matic o ano passado…), apenas um box-to-box de qualidade (Enzo), 3 miudos com algum talento mas sem qualidade para o 11 do Benfica (Ola John, Urreta e André Gomes), 2 jogadores acabados (Martins e Aimar), um Gaitan que tem um talento imenso mas que já devia ter sido vendido e um Salvio que é o único indiscutível nas alas. No ataque temos o Lima (ao qual muitos preferiam o Nélson Oliveira) e o Cardozo. O Rodrigo acabou em São Petersburgo e o Kardec é um erro…

 

Olhando para a nossa equipa B, bem…tirando o Cancelo ou muito me engano ou não vamos ter ali muito filão a explorar…

 

Ou seja, basicamente, e se no inicio da época vos apresentassem este cenário, quantos de vocês iriam dizer “Epah, com este plantel vamos lutar pelo título até enterrar tudo com falta de atitude com o Estoril a 3 jornadas do fim, vamos à final da Liga Europa perder nos descontos e vamos perder a Taça no Jamor com o Guimarães porque o Artur vai dar uma de Roberto e enterrar aquilo tudo”…

 

Duvido que alguém… (tirando os loucos)…

 

Agora Jorge Jesus…

 

Sou admirador do Jesus. Tive uma cena engraçada com ele ainda na 2ª Era Camacho quando o apanhei na Luz com o Raul José uns minutos antes do Getafe – Benfica e lhe disse pessoalmente que ele é que devia treinar o Benfica… Pouco tempo depois lá estava ele na Luz que acredito que seja a sua “cadeira de sonho”.

 

O que o Jesus nos dá de sonhar em futebol jogado (e reafirmo mais uma vez que é o melhor treinador que alguma vez vi no Benfica) dá-nos em pesadelo com a sua gestão de expectativas e estratégia de comunicação. Há coisa de 20 anos acho que bastava a alguém ser “bom treinador” para se “safar” num clube como o Benfica, neste momento com a pressão diária dos Media inerente à função acho complicado. E nesse momento deveria entrar em campo a propalada estrutura no Benfica… Que pelos vistos não existe, ou apenas existe quando as coisas correm bem e depois fazem figuras tristes como a do João Gabriel nas suas conferências de imprensa de quem não ganhou nada mas se acha a última coca cola do deserto.

 

Esse erro não aprenderam…

 

Jesus deve continuar? Para mim sim. E nem é pelo “receio” que é ver Jorge Jesus nos Andrades a levantar a próxima Champions no Estádio da Luz é por achar (mesmo) que em Portugal duvido que haja melhor homem para o lugar. O problema é mesmo a falta de capacidade de uma estrutura do Benfica em lidar com uma personalidade como Jorge Jesus. E basta não recuar muito no tempo para ver como correu a vida a outros como Camacho, Santos, Quique Flores, Koemane e Trap.

 

Qual o papel do Presidente Vieira nisto tudo?

 

Nunca votei em Vieira, mas também não votei nos seus opositores. Não acreditei nos seus projectos nem me inspiraram confiança. E ainda hoje acho que o problema não está em Vieira per si mas sim em muita “gente” que meteu nos corredores da nossa Luz. Não duvido por um instante que Vieira queira vencer nem que seja porque sabe que isso o manterá no poder e claro…pela sua guerra de Egos com o seu antigo amigo lá de cima…

 

Numa última análise será ele a prestar contas...mas mais uma vez será o elo mais fraco a quebrar...e mais uma vez será a "fuga para a frente" a solução...

 

O que fazer?

 

Neste momento duvido que Jesus continue. Digo isso com plena consciência do que é o Benfica e a cultura desportiva do português que prefere o formato do “Dia Seguinte” ao do “Domingo Desportivo”. Seria necessária uma grande alteração na nossa realidade /mentalidade para aparecer o Presidente do Benfica a assegurar a manutenção do treinador. Não acredito. Acho que vamos ter saudades de ver Jorge Jesus no Benfica mas nada é eterno. Teremos de assumir a responsabilidade nesta “escolha” e saber viver com ela. Para o melhor e para o pior…

 

Vi por estes dias muitas comparações com o Bayern de Munique. Comparações no sentido da época desportiva passada do Bayern (na qual perdeu tudo no fim como o Benfica) e não a comparação que deveria ser feita… a da “Estrutura”. O presidente, os treinadores, os administradores, os dirigentes (ok…o Sammer era do Dortmund), são todas ex-figuras de proa do Clube. Estão identificados, têm o Bayern no seu ADN. Têm o ADN de vencedores. É isso que nos falta. Vencedores. Nem que isso nos obrigue a ir escavar às profundezas da nossa memória.

 

Tragam-me o Paneira para a equipa B e o Nuno Gomes para o Departamento de Futebol.  Comecem por aí…

 

E façam o que fizerem devolvam-nos os Sonhos… Devolvam-nos a Alma. Lutem por nós e para nos fazerem felizes… É para isso que são pagos aí na Luz…

 

Viva o Benfica !!!!

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rematado por Ricardo às 12:55



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