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Quatro-Quatro-Dois


Quinta-feira, 02.10.14

Quando não se sabe mais...

 Ver um jogo enquanto se janta com os amigos tem dois efeitos, o primeiro é que a nossa atenção é repartida entre o televisor e quem nos rodeia o que nos pode por momentos alhear do que se passa no ecrã, o segundo é que esse alhear até pode ser bom… Foi o que aconteceu ontem em Leverkusen.

 

Numa localidade em que o Benfica fez um dos jogos mais memoráveis da sua recente história europeia, num estádio onde há 2 anos vi a bola com flocos de neve na cabeça e onde o Tacuara nos deu mais uma brilhante vitória o Benfica deixou uma triste imagem. Não só de si mesmo (gravíssimo) como do panorama actual do futebol português (menos grave). E o futuro não se augura brilhante….

 

Mas como com o mal dos outros (equipas portuguesas na Europa) posso eu bem, olhando para o jogo do Benfica em Leverkusen é fácil perceber o que aconteceu. E isto são factos que por muito que custe a admitir ficaram a nu em ambos os jogos europeus do Benfica esta temporada:

 

- o plantel é curto em opções de qualidade. Falta-nos um central de categoria (não conheço o Lisandro), um guarda redes como o Oblak e um ponta de lança matador. Ainda dou o beneficio da dúvida relativamente ao “trinco”, mas estas 3 posições estão por preencher. Não sei se o Jonas consegue resolver a última.

 

- o Benfica há vários anos para cá tem vivido das boas prestações europeias na Liga Europa. Na Liga dos Campeões a música é outra e se a memória não me falha a última brilhante prestação nesta competição deve ter sido com o Koeman…

 

Tudo o resto à volta disto é folclore, sejam eles penalty’s que ficam por marcar, expulsões idiotas, frangos dos guarda redes ou má rotação do plantel por parte do Jesus.  Até pode ser tudo verdade, mas não justifica que uma equipa que dizem de Pote 1 da Liga dos Campeões chegue a Leverkusen e nos primeiros vinte minutos  passe o tempo no seu meio campo a levar “bolada”… O Pote 1 é a nossa falácia. É a nossa soberba que não nos permite a humildade de reconhecer (a nós e ao Fóculporto) que o nível de Portugal é Pote 2 para baixo.  

 

Qual é a solução agora?

 

Passa por ganhar no Mónaco, ganhar na Luz ao Mónaco e ao Leverkusen o que pode permitir uma nova escorregadela em São Petersburgo.

 

Simples.

.... aposta-se no Casino

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rematado por Ricardo às 10:20

Quarta-feira, 17.09.14

Champions Like

 

A distância de Setúbal ao Estádio da Luz não é muito grande mas esta Terça Feira europeia provou que jogar na nossa Liga e na Liga dos Campeões é cada vez mais uma realidade paralela que raramente se cruza. Porventura nos confrontos com o FC Porto e pouco mais… A nossa Liga está cada vez mais fraca  e a Liga dos Campeões cada vez mais forte. Se provas faltassem (e não faltam, já que claramente os clubes portugueses não têm “andamento” para mais que os oitavos de final da Champions – salvo imponderáveis) ontem o Benfica (e muitos dos seus adeptos) receberam um “banho de humildade” na sua própria casa.

 

É certo que o Zenit teve a sorte do jogo (a mesma que tivemos em Setúbal) e que porventura nos possamos queixar aqui e ali de uma decisão de arbitragem ou de algum “azar”. Talvez merecêssemos um golo. Aqueles que ficaram até ao apito final e não abandonaram a equipa para correr para algum estacionamento ou para o Metro mereceram. A equipa que lutou com 10 elementos quase 2 terços do jogo também merecia. Lutaram, correram, esforçaram-se e fizeram por merecer a sua sorte. Não a tiveram. Os outros foram melhores. E passados 2 anos (2 anos !!!) o Benfica voltou a perder na Luz. Todo este trajecto da equipa merece o nosso aplauso e ovação. Como muito bem a Luz entendeu. Finalmente.

 

Saí do Estádio com uma estranha sensação de alivio. Por um lado agrada-me perceber que a maioria presente na Luz entendeu o jogo, entendeu a equipa, entendeu o futebol. Agrada-me também que a “euforia” relativamente aos 5-0 de Setúbal abrande e finalmente agrada-me também que o Zenit seja a equipa mais “complicada” do grupo. Dá-nos boas perspectivas de apuramento (a jogar com a vontade e garra de ontem) para um possível apuramento para os oitavos…


Em Leverkusen logo veremos…

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rematado por Ricardo às 11:38

Quinta-feira, 03.10.13

Paris Sem Glória

Nos dias após as derrotas do Benfica é me sempre mais fácil escrever acerca do tema. A inspiração parece que surge na desgraça e tal coisa é para mim um enorme motivo de vergonha. O cheiro a madeira e da tinta a arder, o barulho da derrocada, o som do metal a retorcer no acidente… são exercícios de puro masoquismo …a mim dá-me para escrever a outros para atirar a toalha ao chão...

 

A outros, os piores disto tudo, dá para festejar estas derrotas  porque não gostam do treinador do presidente e acham que estas derrotas são enormes tónicos para os seus egos inchados pensarem que têm razão… Uma lástima de gente…Acabo sempre por recordar a expressão imortalizada pela voz grossa do Michael Cane no “Dark Knight” : “Some Men Just Want To Watch The World Burn”

 

Esse parece me ser um dos maiores problemas culturais neste Benfica…

 

Indo primeiro a Paris, confesso que vi o jogo a espaços (o que por si só é um sintoma da letargia que me atingiu …afinal não é só a equipa) mas colocando os pés bem assentes na terra e no dia posterior à derrota é por demais evidente que o Paris SG é uma equipa muito superior ao Benfica (só não é para aqueles saudosistas / loucos que acham que o Benfica ainda joga com aquele onze que a passa na Benfica TV a promover o Museu) e que sofrer um golo aos 5 minutos “rebenta” com qualquer preparação táctica para qual partida de futebol. Isso para mim são duas verdades absolutas e em relação ao apuramento sempre achei que se iria discutir com os gregos do Olympiakos (que foram “sovados” em casa por 4-1 por este mesmo PSG na primeira jornada).

 

Falando de Champions (factualmente) o nosso futuro depende dos dois confrontos com os Gregos. Empatar em Atenas e vencer na Luz é importante e deve por si só garantir a passagem aos 8ºs de Final  (onde iremos para casa) já que não creio que o Anderlecht tenha alguma palavra a dizer neste apuramento. Depois é não “borrar” a pintura em Bruxelas, já que depois do festival de ontem duvido sequer que o Benfica consiga vencer o PSG em casa… A não ser que o apuramento esteja já decidido para os franceses e estes venham a Lisboa jogar com as reservas…

 

O que já me custa a “engolir” no dia de ontem e na semana anterior é por um lado a falta de atitude gritante de uma equipa recheada de bons valores e a péssima gestão de espectativas relativamente ao embate de ontem (e à nossa ambição na Champions League) depois de um fim de semana em que mais uma vez o nosso fado não permite sequer ganhar a um Belenenses no Estádio da Luz. “Ah e tal são competições diferentes”… Sim pois são… mas até no Football Manager quando sou questionado para a ambição da equipa nos confrontos com os teoricamente mais fracos tenho a habilidade de transmitir que a equipa está sempre motivada. E deveria estar… mas também devem ter a sagacidade e a inteligência suficiente para perceber as limitações que têm e perceber que a gestão de expectativas é muito importante quando se gere um grupo de pessoas…seja ele um plantel…seja ele 6 milhões de adeptos.

 

Portanto, o que nós pretendíamos era que uma equipa que nem sequer tem arte, engenho e atitude competitiva para vencer o Belenenses no Estádio da Luz, fosse ao Parque dos Príncipes vencer o Paris SG… e qual era a nossa arma secreta? O apoio dos emigrantes…

 

Certo…

 

 Considero que faz falta um “abanão” no Benfica. O problema é saber onde começar…

 

Será no treinador? É o Marco Silva uma melhor alternativa? (o exemplo do fraco desempenho do  Paulo Fonseca nos rivais dá que pensar…)

 

Será na Direcção? Oiço essa conversa desde os tempos do João Santos. Depois tivemos o Jorge de Brito que era velho demais para aquilo e andava mal acompanhado. Veio o Damásio e tivemos das piores equipas de futebol, andava de braço dado com o Pinto da Costa, etc. Veio o Vale e Azevedo que era o salvador da Pátria Encarnada e agora está na Carregueira a fazer de Sacristão. Chegou o novo salvador, o Vilarinho que prometeu Jardel (não era o George ???) e era bom mas depois já era bêbado. Veio Luis Filipe Vieira, um “sabichão” dos meandros do futebol e que trouxe o Simão para o Benfica. Novo Estádio, novo centro de Estágio, novo Museu e novos ciclos ano após ano… Pelos vistos também não serve…

 

Não sei onde vamos parar…Talvez a um qualquer Oligarca Russo ou um Árabe cheio de Petrodólares? É esse o caminho?

 

Um pouco por toda a Europa vemos exemplos de como o futebol se transformou. Como os ídolos do Bayern de Munique são um Francês e um Holandês. Como no Manchester United se destruiu um legado em meses, como no Manchester City se investem milhões e milhões ano após ano para nada, como no Real Madrid se faz o mesmo ou pior, como o Chelsea se transformou num Belenenses para um candidato ao título com uma varinha mágica vinda do frio… e nós? Continuamos agarrados aos valores do passado que achamos que vão voltar numa manhã de nevoeiro acompanhadas por bandeiras de Cosme Damião(essa moda que veio para ficar até aparecer a próxima) para salvar o Benfica e manter o seu estatuto de Grande, esquecendo que o Estádio da Luz está cada vez mais vazio, a militância benfiquista é cada vez menor e não ultrapassando o rotulo de perdedor em que épocas de Sonho se transformam em pesadelo em minutos de desconto…

 

A minha cabeça ainda está no jogo com o Estoril do campeonato passado, está no Jamor com o Guimarães e na falta de atitude no campo e no final do jogo, está no milagre que foi ganhar ao poderoso Gil Vicente em casa nos descontos, nos insultos do Capitão do Benfica aos sócios, no empate com o Belenenses e na mão de Gaitan levantada ontem a pedir fora de jogo passivamente…

 

O plantel quer “despedir” o treinador? O plantel não quer o Cardozo? O Lima anda descontente? Os sérvios andam a minar isto porque não jogam? É Jesus o responsável por isto? É Vieira? É Carraça? Somos nós?

 

Acordem e mudem de figura… Já no Domingo…

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rematado por Ricardo às 11:18

Domingo, 09.12.12

De Barcelona a Lisboa

 

 

Há uma pequena linha que geralmente separa os clubes do sucesso ou do insucesso. Há quem lhe chame "sorte", ou "karma", ou "destino". Há quem lhe chame "trabalho". Há quem lhe chame simplesmente "hoje era um daqueles dias que o jogo poderia ter 24h e não iríamos marcar".

 

Em Barcelona, o Benfica ficou no lado dos clubes do insucesso. O Barcelona, como quase sempre nos últimos tempos, ficou no lado do sucesso. E o Celtic, fazendo uma profissão de fé às suas raízes irlandesas, teve o que se chama "luck of the irish", com uma pequena ajuda de um penalty inexistente cometido sobre um grego que tem mais cabelo que talento.

 

Em Barcelona, o Benfica demonstrou uma vez mais a sua incapacidade para cair no lado do sucesso no momento chave. Mais facilitado era impossível. O Barcelona apresentou uma equipa de segunda linha (apesar de alguns nessa segunda linha serem facilmente titulares nos planteis dos nossos maiores clubes) e ainda se deu ao luxo de meter Messi...e pouco depois o tirar e ficar a jogar com 10.

 

O Benfica sofreu o efeito "Peseiro" e saiu derrotado pela sorte (ou trabalho) em Barcelona.

 

Não vale a pena pensar "ah se o Rodrigo tivesse passado aquela bola logo ao início" ou "como é que o Maxi falha aquela bola logo ao fim?". A verdade é que o sucesso, este sucesso, trabalha-se. Todos os dias e em todos os momentos. A verdade é que (infelizmente) não acredito que o nosso principal rival português falhasse naquele momento em Nou Camp. E acho que vocês também não.

 

Se me perguntarem porquê eu não sei...

 

A Liga Europa é o destino justíssimo para uma equipa que teve bastantes percalços (demasiados) nesta caminhada na Champions League. Aceito-o sem pestanejar.

 

O que não consigo aceitar, é que após um jogo miserável (tirando breves momentos no início do jogo) do Benfica frente a uma segunda linha do Barcelona, venha o nosso treinador vangloriar a nossa performance. Não aceito porque gosto imenso do Jesus. Não aceito porque vai dar razão aos seus críticos, e no fundo, não aceito porque é simplesmente uma afirmação ridícula e populista.

 

Após esta jornada europeia, chega o jogo mais importante da época para os adeptos. Sim, para mim também é. Não salva uma época, mas é O JOGO. 

 

O Derby com o Sporting é sempre o jogo da cidade, o jogo dos colegas de trabalho, o jogo das namoradas, dos namorados, dos amigos. É o jogo do café todos os dias. Mas infelizmente, para este derby, já os jornais começaram a dar protagonismo a quem não devem.

 

Procurando quem sabe salvar a pele e galvanizar os seus adeptos, a direcção do Sporting resolveu arranjar um problema onde não existe, relativamente ao possível adiamento do jogo em Alvalade. Têm a casa a arder, e resolvem sacudir o problema para cima do Benfica. É uma táctica já anteriormente vista e geralmente dá mal resultado (espero que dê). Na verdade o Sporting encontra-se muito mal entregue a esta gente que semana após semana lá vai dando tiros nos pés... No meio salva-se o treinador Vercauteren, que como bom exemplo de uma sociedade mais desenvolvida, simplesmente não viu qualquer problema na data e hora do jogo. Sintomático...

 

O que espero para amanhã?

 

Espero um Benfica ciente que está num momento superior ao Sporting e espero que vença o jogo. Uma goleada de 1-0 serve perfeitamente. Não será fácil, até porque acredito que alguns jogadores do Sporting estarão galvanizados, mas espero que no Benfica alguém consiga também explicar aos nossos jogadores a importância do jogo de amanhã.

 

Espero que jogue o Salvio e o Enzo e o Luisão... e gostava muito que jogasse o André Gomes. Este rapaz irá muito longe se tiver cabeça e sorte com os treinadores. Infelizmente (como me disse uma amiga há poucos dias) o André não é uma vitória da formação do Benfica... é uma derrota da formação do Porto. Por mim pode ser assim. É apostar em rapaziada desta. Aposto que amanhã sabem o que aqueles 90 minutos significam...muito mais que isso...

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rematado por Ricardo às 18:43

Quinta-feira, 22.11.12

Europa garantida



O Benfica entrou em campo frente ao Celtic de Glasgow com um objectivo claro: vencer para manter a esperança do apuramento.

 

No onze a mini surpresa de André Almeida em lugar do tocado Maxi, e de resto o "11" habitual: Artur, Melgarejo, Luisão, Garay e André Almeida, Matic, Ola John, Enzo Perez e Salvio; Cardozo e Lima.

 

O Benfica atacou logo desde os primeiros minutos e aos sete já estava a vencer com um golo de Ola John. Pensei que iriam avançar para uma exibição de luxo numa noite europeia. Mas não. O jogo ficou morno e apesar de ser sempre o Benfica a "cheirar" o golo, foi o Celtic que marcou. De cabeça por Samaras, isolado...num canto...e no primeiro remate que fizeram à baliza. E de repente chegamos ao intervalo com um empare a um golo. Nada a correr como esperado.

 

Na segunda parte exigia-se ao Benfica uma atitude mais agressiva em busca do golo. E assim foi. A equipa entrou muito melhor na segunda parte  e depois de uma boa defesa do GR do Celtic a remate de Lima, ao remate de cabeça do Luisão e do falhanço de Salvio após bom centro de ...Lima, eis que surge o golo...assistência de Luisão e remate de primeira de Garay. Faltavam 20 minutos para o fim e a partir desse momento o Benfica ainda conseguiu mais uma excelente oportunidade através de um remate de Salvio ao ferro e um livre directo de Cardozo. No entanto, e já nos descontos, o Celtic ainda dispôs de uma boa oportunidade que felizmente não concretizou. 

 

Destaques na equipa do Benfica, pela positiva, os dois centrais  (tanto pela exibição conseguida de ambos como pelo segundo golo), André Almeida (e eu não acreditava muito nele), Cardozo (muito mais móvel) e Sálvio...sempre Sálvio...

 

De negativo...um dos do "costume"...Gaitan (entrou a 15 minutos do final para o lugar de um também menos inspirado Lima) ... Não sei se já estará vendido, não sei se desanimado por não ser titular...sei que é lamentável um jogador com tanto talento não se esforçar... são os que mais desprezo...e Gaitan está nessa lista.

 

De destacar também a boa moldura humana na Luz (quase 50 mil) e a boa presença (já habitual) de adeptos do Celtic.

 

Garantir a presença numa competição europeia é a principal nota de destaque de uma partida em que a vitória do Benfica foi incontestável, podia ter sido por maior margem de manobra e é claramente incompreensível que sejamos relegados para o 3º lugar deste grupo...por este Celtic.

 

Achei na altura que o empate em Glasgow era um resultado positivo. Mas isso seria se o Spartak tivesse ganho ao Celtic em casa e se os "católicos" não tivessem feito o brilharete de vencer o...Barcelona em Glasgow (onde empatámos).

 

Neste momento todas as nossas esperanças de continuar na Liga dos Campeões assentam na esperança de dois resultados pouco prováveis...mas este Grupo já nos habitou a tal coisa.

 

 

PS: Vim agora da Luz onde vi a equipa B vencer o Sp. da Covilhã. É exasperante ver tanta falta de talento e qualidade de jogo naquela equipa com a ausência de André Gomes e André Almeida. Os piques do Miguel Rosa nem sempre conseguem disfarçar tudo (e hoje fez mais 2 golos), mas há que investir e insistir no trabalho com jogadores como Cancelo que têm talento mas se estão a perder...é urgente.

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rematado por Ricardo às 23:02

Quarta-feira, 03.10.12

Do jogo de Paços ao jogo dos passes...

Se há Estádio ao qual gosto de ir ver o Benfica é ao velhinho Mata Real. Acredito que não o entendam... Mas é a mais pura das verdades. E só lamento nunca ter lá ido enquanto aquela bancada amovível / permanente (cheia de cadeiras que magoam quem vê a bola de pé) não substituiu o velho peão (no Estoril ainda tive esse prazer)…”

 

Não sei do que gosto mais… Se ver o jogo num sector em que parece que as pessoas estão quase encavalitadas a ver o jogo, se a entrada onde apenas cabem duas pessoas lado a lado (em caso de acidente ou pânico havia de ser bonito…), se as redes, se a casa e o quintal junto à bandeirola de canto no sector visitante. Não estou a ser irónico… Adoro mesmo ir à Mata Real… “É tão mau…mas tão bom!”

 

Vamos ao jogo.

 

O Benfica surgia em Paços obrigado a ganhar. A jornada anterior tinha sido madrasta e dos 3 grandes (e a deslocação do Braga também era difícil, mas estou convencido que o destino do Vitória este ano é lutar para não descer de divisão) tinha o jogo mais complicado.

 

Em campo algumas surpresas. A titularidade “forçada” de Lima pela lesão de Cardozo (daquelas lesões que facilitam a vida aos treinadores…) e uma nova oportunidade (mais uma desperdiçada) para Nolito.

 

Sem grandes invenções e na tática habitual o Benfica entra logo num dos campos mais complicados da primeira Liga (e tire-se o chapéu ao Paços, já que é complicado para todos os grandes… e não apenas para alguns…) a perder, com um golo de Cicero na cara de Jardel. Isto depois da partida ter sido interrompida aos 3 minutos por falha no sistema de iluminação…

 

Depois da péssima exibição de Coimbra haveria pior início?

 

Felizmente, alguém no Benfica percebeu que se calhar até era boa ideia contratar um dos melhores avançados a jogar em Portugal no último dia do mercado e passados 2 minutos, Lima restabelece o empate numa jogada em que Enzo Perez marca um livre (mais uma boa exibição), Jardel (este novo Jardel…) cabeceia e o guarda redes do Paços falha… E quem falha assim em frente ao Lima… Sofre golo.

 

Com oito minutos jogados, pensei que o Benfica iria avançar para uma exibição mais solta e arrancar para um jogo mais tranquilo. Puro engano.

 

O futebol típico do Paços e a desinspiração de alguns jogadores do Benfica foram fazendo o resto, e foi sem surpresa que Jorge Jesus deixou no balneário Nolito (que pouco fez sem ser um passe bem medido para Sálvio) e apostou em Gaitan.

 

O Benfica entrou com outra atitude e outro futebol. Foi pressionando o Paços mas sem conseguir chegar à baliza. Jesus volta a mexer na equipa e a apostar tudo… Troca o trinco (Matic) por um médio mais ofensivo (Carlos Martins) e recua Enzo Perez (extremo, médio centro, e agora trinco…).

 

Cerca de cinco minutos depois o Benfica tem o prémio que merece. E Lima bisa após uma jogada de insistência de Maxi Pereira na área do Paços (a melhor coisa que fez em mais uma exibição muito pouco conseguida).

 

Com o Benfica a liderar o marcador, Jorge Jesus mostra aquela característica tão tradicional do treinador português: bora lá defender o resultado.

Sai avançado (Rodrigo) e entra trinco (André Almeida), acabando o Benfica com três médios centro (Perez, Almeida e Martins) e apenas um avançado.

 

No final do jogo, e mesmo já com fora de jogo assinalado, foi a vez de Artur brilhar e mostrar que entre os postes o Benfica está bem descansado.

 

Vitória merecida de uma equipa de soube procurar a sua sorte e teve atitude muito diferente da de Coimbra.

 

Destaque evidente para Lima, que podia ter marcado mais que 2 golos e que demonstra que um jogador feito e de qualidade raramente necessita de adaptação.

 

Saltemos da Mata Real e do futebol profundo para as noites de Gala da Liga dos Campeões no Estádio da Luz.

 

 

O “convidado” desta noite era a melhor equipa de futebol que alguma vez vi jogar (não me lembro do Brasil de 82 e o Barcelona de Cruyff e o Benfica do primeiro ano do Jesus não chegaram a este patamar…).

 

Alguns dizem que o futebol do Barcelona é chato e está a matar o jogo. Eu acho que o Barcelona está a ir buscar as raízes do jogo… O Barcelona joga o futebol como desporto coletivo, passa a bola entre quase todos os seus jogadores, joga em bloco, procura espaços e quase todos marcam golos. E depois tem Messi, que porventura já é neste momento o melhor jogador de todos os tempos (apenas lhe falta ganhar o Mundial no Brasil).

 

Casa cheia e o ambiente das noites europeias. Deu-me alguma confiança.

 

Jorge Jesus tentou surpreender a equipa adversária, e no onze colocou Bruno César de início (no lugar de Rodrigo) e manteve a aposta da segunda parte de Paços: Gaitan (é Liga dos Campeões e o Argentino é para valorizar).

 

A ideia pareceu boa quando o Bruno César rematou logo aos 3 minutos para uma defesa de Valdez. Procurar espaços e ter bons rematadores de longe.

 

Mas do outro lado está o Barcelona. E naquelas jogadas de playstation marcam golo. Cruzamento rasteiro de Messi do lado esquerdo e Alexis Sanchez na área a faturar.

 

O Benfica não se deixou abater e foi à procura da sorte. Poucos minutos depois, Lima tem uma boa oportunidade, mas não concretiza.

 

Depois foi o costume. O Carrossel do Barcelona e as outras equipas a correr atrás da bola (menos de 30% de posse de bola para o Benfica...)

 

O Benfica bem tentou dar a volta. Jesus trocou Bruno César por Carlos Martins ao intervalo. Se a exibição de Bruno César não tinha sido nada de assinalável, a de Carlos Martins foi talvez a pior que fez no Benfica, a fazer lembrar os seus tempos no lado de fora da Segunda Circular. Péssimo.

 

Sem surpresa, o Barcelona fez o 2-0 aos 56 minutos. Desta vez Fabregas. Mas o arquiteto foi novamente o mesmo: Messi.

 

Nova alteração no Benfica, com Aimar a entrar para o lugar de Enzo Perez (que ontem jogou melhor quando mais descaído…) e desde logo mostrou o seu habitual. Excelentes pés, bons passes, aquela “grinta” de ter a bola … mas nada mais… e esfumou-se em 15 minutos…

 

O rumo do jogo não se alterou e foi sem qualquer surpresa que o Benfica foi derrotado pelo Barcelona.

 

Queria destacar Matic pelo excelente jogo que vez frente ao melhor meio campo mundial e Melgarejo, nem tanto por ter feito um jogo espetacular (que não o foi… já que pareceu amarrado ao trabalho defensivo) mas por ter conseguido, em poucos jogos, que acabasse a conversa da defesa esquerdo. Tem as suas falhas, está em processo de aprendizagem mas a verdade é que tirando o jogo com o Braga, não foi mais por Melgarejo que as coisas não correram bem. E lembrem-se, está a fazer os primeiros jogos como lateral esquerdo na sua vida. Mérito da sua qualidade como futebolista e de Jorge Jesus.

 

E finalmente Jardel. Porque tem crescido de jogo para jogo, porque é um jogador humilde e trabalhador. E porque apesar da qualidade de Luisão, também não tem sido por Jardel que as coisas têm corrido mal.

 

Destaque negativo para a Luz. Era obrigatório apoiar mais o Benfica. Só demonstra que a maioria dos adeptos não foi à Luz para apoiar o seu clube mas apenas para ver o Barcelona jogar contra o Benfica. É sintomático do que se tornou o adepto do clube “grande”… Sintomático e sobretudo triste…Apesar do bonito gesto de aplaudir a saida de Puyol...

 

Foi no entanto com prazer que vi esta equipa defrontar o meu Benfica. É jogando contra os melhores que ficamos melhores, e no final do jogo não acredito que alguém tenha saído da Luz revoltado com os nossos rapazes (no geral...com o Martins podem estar) ou com o treinador.

 

Simplesmente foi frente aos melhores do Mundo e um extraterrestre…

 

Estou convencido que o nosso destino nesta Liga dos Campeões se vai traçar no duplo confronto com o Spartak de Moscovo. Quatro pontos dos seis possíveis deverão ser suficientes para encarar os dois jogos restantes (Celtic na Luz e a deslocação a Nou Camp) com confiança. 

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rematado por Ricardo às 21:53

Quarta-feira, 19.09.12

Glasgow a meio gás

 

No trajecto diário trabalho-casa oiço pela primeira vez o onze escalado por Jorge Jesus para o encontro inaugural do Benfica na Champions League 2012/2013. A primeira reacção foi: "Ok, lá está este artista a inventar novamente com o André Almeida..." depois pensei um pouco para com os meus botões e até achei lógico "Ok...o miúdo tem jogado nos B's, já jogou a lateral direito e o Miguel Victor é central... e com o Jardel a titular necessitamos de um central no banco..."

 

Sento-me em frente à TV e o jogo decorre como esperado. Um Celtic muito forte nos primeiros minutos. O tradicional ambiente de Parkhead. Uma equipa que joga mais com o coração e alma que outra coisa. O tradicional futebol escocês... que tem tanto de paixão como de ineficácia. O costume portanto. Do lado do Benfica, algum sufoco inicial mas o "bloco" supostamente mais frágil (o quarteto defensivo + Matic) a dar conta do recado. Porventura um dos melhores jogos do Jardel pelo Benfica (bom na área...bom nas dobras...), um Garay ao nível habitual e dois miúdos nas alas que frente aos talvez melhores jogadores do Celtic foram dando conta do recado (só fiquei com os cabelos em pé com aquela invenção do André Almeida a poucos minutos do final da partida). Basicamente, não foi por aí que o Benfica não trouxe os 3 pontos de Glasgow.

 

Se gostei de ver Enzo Perez no lugar de Witsel, nas alas não gostei das exibições de Gaitan e de Salvio. Se tinham mais preocupações defensivas devido aos laterais inexperientes pode estar aí uma razão, mas tirando um ou outro lance (sobretudo no final da partida e mais por Salvio) pouco se viu de dois dos mais credenciados jogadores do Benfica. 

 

No ataque, Aimar no apoio a Rodrigo pareceu insuficiente para quem queria ganhar um jogo. Se a ideia do avançado móvel era interessante, apenas por um momento pareceu surtir efeito, e mais pela desatenção do central do Celtic do que pela arte de Rodrigo. Entendo a opção e até concordo com ela.  Concordei também com todas as substituições tirando a última. Apostaria em Lima para os 10 minútos finais em vez de Nolito...

 

O resultado final acaba por se aceitar. Ambas as equipas pouco fizeram para merecer a vitória.

 

Coisas Positivas:


Boa adaptação de Enzo Perez ao miolo.

A equipa B começa a justificar-se em pequenas coisas como as de hoje: André Almeida e Jardel surgiram com ritmo de jogo e ambos tiveram actuações positivas.

Melgarejo fez bom jogo e continua a crescer.

O resultado do Barcelona frente ao Spartak (para mim o principal rival do Benfica no apuramento).

 

Coisas Negativas:

 

Aimar não dá para tanto tempo de jogo. Carlos Martins também não.

O Celtic é uma equipa macia e apesar da boa exibição da defesa, contra um adversário mais forte poderia ser muito mais complicado.

O jogo do Spartak em Nou Camp.

Os 2 pontinhos ainda podem fazer muita falta...

 

 

 

 

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rematado por Ricardo às 23:55



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