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"Players lose you games, not tactics. There's so much crap talked about tactics by people who barely know how to win at dominoes." - Brian Clough
No decorrer da passada semana visualizava com interesse um programa na BenficaTV que falava acerca do DVD de “carreira” do Ryan Giggs em que a dado momento o entrevistador lhe pergunta que tipo de relação tem o Giggs com o novo treinador do Manchester United Van Gaal. Entre outras coisas o Giggs diz o seguinte “dou-lhe alguns conselhos com a experiência que tenho desta Liga, por exemplo há jogadores que marcam sempre contra determinadas equipas”. Não sei se o texto é exactamente este mas o teor é. E com isso lembrei-me automaticamente do Lima na noite de ontem. O Lima marca ao Porto. Foi assim pelo Braga e tem sido assim pelo Benfica.
Na passada semana fiquei entusiasmado com a possibilidade do Lima estar no “banco” no Dragão. Iria jogar o Jonas. Estava a fazer melhor época, estava motivado e o Lima falhava golos atrás de golos. Com o Belenenses teve daqueles lances que até eu marcava. Ontem sai o 11 e foi a minha principal surpresa. Minha e de todos. Menos de quem sabe. Quem treina o Benfica diariamente. Por isso o Jesus está no Banco do Benfica e eu estou aqui a escrever estas coisas. É a grande diferença. Uns sabem, outro opinam. A vida resumida.
Ontem no Dragão o Benfica teve a sorte do jogo. Fez os 2 golos em alturas cruciais, viu bolas a bater nos ferros, teve um lateral amarelado aos 5 minutos, teve um Samaris a fazer um jogão, Talisca e Gaitan sublimes e um Júlio César a mostrar porque foi um dos grandes guarda-redes do futebol europeu nos últimos anos.
Correu tudo bem. As forças inverteram o jogo tacticamente perfeito que caiu ao minuto 92 com a “chouriçada” de um tal de Kelvin.
Mais uma vez o Benfica volta a triunfar no estádio do FC Porto por 2-0 com um jogador a bisar. Uma das vezes deu título, a outra não. Esperemos que seja a primeira opção. 6 Pontos de vantagem são bons mas não suficientes para o que ai vem. Acreditar até ao fim e gerir jogo a jogo. A falta de pressão europeia pode ajudar.
O que faltou? Apenas ter marcado presença física no Estádio, mas quando nos sentamos à mesma mesa com a quase totalidade dos melhores amigos destas andanças de bola e se festeja com abraços como no estádio não se pode pedir tudo.
Um dia feliz.
1) O resultado aceita-se perfeitamente. Se foi bom ou mau para qualquer dos clubes só lá mais para a frente se verá…
2) Apesar de não estar absolutamente cheio, o Estádio da Luz teve mais de 60.000 espectadores. De louvar em época de crise…
3) Se o Jesus fala mal é bronco…se fala bem é porque vai para o Porto. Teve uma boa análise do jogo e um comportamento elevado e de quem percebe de futebol…
4) Eu acho que o Jesus vai para o Porto…
5) Eu acho que o Vitor Pereira também acha (ou sabe isso) o que per si explica a alarve conferência de imprensa que promoveu na Luz…
6) Se o Vitor Pereira já sabia que o Benfica joga sempre da mesma maneira, ao afirmá-lo e ao não ganhar o jogo passou um atestado de inaptidão a si próprio..
7) Foi pertinente a questão de Pinto da Costa acerca do site da Liga anunciar vitória do Benfica por 3-2… Não percebi o seu descontentamento… certamente foi alguém do Sporting (ou do Arsenal como o outro jornalista) a colocar os dados online. Não estaria a ver o jogo. Não era do Benfica.
8) O Ismaylov é de um carácter execrável…
9) O Maxi deveria ter sido expulso…e o Moutinho também…
10) O Artur anda a comer gelados com a testa…
11) Em vez de Aimar (ou Martins) deveria ser André Gomes a entrar…
12) Porque não convocaste o André Gomes, Jesus?
13) De acordo que o João Ferreira não é o melhor árbitro nacional…mas já vi o melhor árbitro Mundial validar um golo fora de jogo no mesmo palco e com os mesmos protagonistas…E agora?
14) No final disto tudo quem goleou foi o Vieira com a tirada de “apenas os burros falam de arbitragem”… Mas como é o Vieira não é a “fina ironia”…
Em Coimbra já há Jorge Sousa... e o Burro sou eu?
Há uma pequena linha que geralmente separa os clubes do sucesso ou do insucesso. Há quem lhe chame "sorte", ou "karma", ou "destino". Há quem lhe chame "trabalho". Há quem lhe chame simplesmente "hoje era um daqueles dias que o jogo poderia ter 24h e não iríamos marcar".
Em Barcelona, o Benfica ficou no lado dos clubes do insucesso. O Barcelona, como quase sempre nos últimos tempos, ficou no lado do sucesso. E o Celtic, fazendo uma profissão de fé às suas raízes irlandesas, teve o que se chama "luck of the irish", com uma pequena ajuda de um penalty inexistente cometido sobre um grego que tem mais cabelo que talento.
Em Barcelona, o Benfica demonstrou uma vez mais a sua incapacidade para cair no lado do sucesso no momento chave. Mais facilitado era impossível. O Barcelona apresentou uma equipa de segunda linha (apesar de alguns nessa segunda linha serem facilmente titulares nos planteis dos nossos maiores clubes) e ainda se deu ao luxo de meter Messi...e pouco depois o tirar e ficar a jogar com 10.
O Benfica sofreu o efeito "Peseiro" e saiu derrotado pela sorte (ou trabalho) em Barcelona.
Não vale a pena pensar "ah se o Rodrigo tivesse passado aquela bola logo ao início" ou "como é que o Maxi falha aquela bola logo ao fim?". A verdade é que o sucesso, este sucesso, trabalha-se. Todos os dias e em todos os momentos. A verdade é que (infelizmente) não acredito que o nosso principal rival português falhasse naquele momento em Nou Camp. E acho que vocês também não.
Se me perguntarem porquê eu não sei...
A Liga Europa é o destino justíssimo para uma equipa que teve bastantes percalços (demasiados) nesta caminhada na Champions League. Aceito-o sem pestanejar.
O que não consigo aceitar, é que após um jogo miserável (tirando breves momentos no início do jogo) do Benfica frente a uma segunda linha do Barcelona, venha o nosso treinador vangloriar a nossa performance. Não aceito porque gosto imenso do Jesus. Não aceito porque vai dar razão aos seus críticos, e no fundo, não aceito porque é simplesmente uma afirmação ridícula e populista.
Após esta jornada europeia, chega o jogo mais importante da época para os adeptos. Sim, para mim também é. Não salva uma época, mas é O JOGO.
O Derby com o Sporting é sempre o jogo da cidade, o jogo dos colegas de trabalho, o jogo das namoradas, dos namorados, dos amigos. É o jogo do café todos os dias. Mas infelizmente, para este derby, já os jornais começaram a dar protagonismo a quem não devem.
Procurando quem sabe salvar a pele e galvanizar os seus adeptos, a direcção do Sporting resolveu arranjar um problema onde não existe, relativamente ao possível adiamento do jogo em Alvalade. Têm a casa a arder, e resolvem sacudir o problema para cima do Benfica. É uma táctica já anteriormente vista e geralmente dá mal resultado (espero que dê). Na verdade o Sporting encontra-se muito mal entregue a esta gente que semana após semana lá vai dando tiros nos pés... No meio salva-se o treinador Vercauteren, que como bom exemplo de uma sociedade mais desenvolvida, simplesmente não viu qualquer problema na data e hora do jogo. Sintomático...
O que espero para amanhã?
Espero um Benfica ciente que está num momento superior ao Sporting e espero que vença o jogo. Uma goleada de 1-0 serve perfeitamente. Não será fácil, até porque acredito que alguns jogadores do Sporting estarão galvanizados, mas espero que no Benfica alguém consiga também explicar aos nossos jogadores a importância do jogo de amanhã.
Espero que jogue o Salvio e o Enzo e o Luisão... e gostava muito que jogasse o André Gomes. Este rapaz irá muito longe se tiver cabeça e sorte com os treinadores. Infelizmente (como me disse uma amiga há poucos dias) o André não é uma vitória da formação do Benfica... é uma derrota da formação do Porto. Por mim pode ser assim. É apostar em rapaziada desta. Aposto que amanhã sabem o que aqueles 90 minutos significam...muito mais que isso...
Há dois destaques negativos logo no inicio desta crónica. O primeiro vai para a "parvoíce" que é jogar em casa com o equipamento secundário. É de mau gosto, é puro marketing, é uma idiotice. Não consigo entender num Benfiquista o apoio a esta decisão.
O segundo destaque, que tem sido recorrente, é para a ausência de público na Luz. O Benfica está em primeiro, está a disputar taco-a-taco com o FC Porto a liderança da nossa Liga, e o Estádio da Luz não consegue mais de 25.000 adeptos. Mesmo com as campanhas, mesmo com as “borlas”, mesmo com as castanhas, os matraquilhos e os posters. Eu sei que chovia, eu sei que há crise, mas num universo de 300.000 sócios (dizem) ? Se calhar deveríamos reduzir o Estádio da Luz para 35.000 pessoas…
E em relação às campanhas, e se querem realmente ajudar os sócios mais carenciados, que tal acabarem com o 13º mês de quotas para quem tem Red Pass? Isso sim, seria “premiar” os sócios mais assíduos, e não estas ações de cosmética…
Agora que já desabafei o que me desagradou, vamos ao jogo.
O Benfica entrou em campo frente a um desfalcado Olhanense (mas bem orientado por um bom treinador) um onze com algumas alterações. Mantendo-se fiel à sua filosofia, Jesus não mexeu na defesa. Apresentou Artur, a habitual dupla de centrais (Luisão e Garay) e voltou aos laterais “titulares”: Melgarejo e Maxi Pereira. No meio campo o principal destaque é a inclusão de Carlos Martins (em vez de Enzo Perez) . De resto o habitual, com Ola John e Salvio nas alas e Matic (mais um grande jogo) na posição “6”. No ataque, mais uma alteração: Rodrigo e Cardozo.
Começámos em toada ofensiva e cedo se percebeu que muito dificilmente o Olhanense poderia criar uma surpresa no Estádio da Luz. No entando, e apesar dos diversos cantos e remates perigosos nos primeiros minutos, foi preciso um penalty aos 26 minutos (“gravata” a Maxi Pereira) para o Benfica conseguir quebrar a defesa do Olhanense. Golo do suspeito do costume: Oscar Cardozo.
Apenas já quase sobre o intervalo o Benfica voltou a “cheirar” o golo. Um excelente centro de Ola John e Rodrigo (fraca exibição) a obrigar o guardião Olhanense a excelente defesa.
A segunda parte nada de novo trouxe. O Benfica em serviços mínimos e um Olhanense a tentar espreitar o contra-ataque.
A dupla substituição aos 68 minutos (Enzo Perez e Lima por Carlos Martins e Rodrigo) sortiu efeito pouco depois e num canto marcado por Perez, o guardião do Olhanense fica a meio caminho e Luisão marca de cabeça o segundo do Benfica (a compensar um erro infantil em que criou perigo para a baliza do Benfica).
História do jogo arrumada. Apenas para contar a substituição quase no final do jogo de Maxi por André Almeida.
Gostei mais uma vez do jogo de Ola John. Não vejo ninguém a cruzar assim em Portugal desde…Drulovic. Tem apenas 19 anos e pode ser um caso muito sério. Gostei também de Carlos Martins. Muito bom jogo. Nada egoísta e a mostrar o Martins da pré-época. No Olhanense, Djaniny e José Luis Fernandez demonstraram porque não tinham lugar no plantel do Benfica. O primeiro foi titular e nem um remate me lembro de o ver fazer…
Seguem-se dois jogos que podem definir uma época: Barcelona em Nou Camp e o sempre apetecido Derby em Alvalade. O segundo, para mim, muito mais importante que o primeiro.
No papel dificilmente seria mais fácil. Depois da noite de gala da Liga dos Campeões frente à melhor equipa do Mundo, o programa de festas para este sábado era defrontar um dos últimos classificados da Liga…e na Luz.
Cheguei quase em cima da hora de jogo à Luz e cedo constatei o que esperava. O arredor do Estádio estava bastante vazio de público e se apontei para 30.000 pessoas no máximo, por pouco falhei: 28.305 espectadores. E muitos dos presentes usavam camuflado do Regimento de Comandos, convidados pelo Benfica festejando os seus 50 anos.
O onze do Benfica não mostrava grandes surpresas. O habitual quarteto defensivo (desde a ausência do capitão Luisão), o trinco Matic (o único que temos), Salvio, Enzo Perez e Gaitán no meio campo e finalmente Rodrigo e Lima (que tem sido a dupla habitual desde a ausência de Cardozo (dizem que por lesão…).
Começa o jogo e … golo do Beira-Mar. Uma falha clamorosa do guarda-redes Artur durante a semana lamentava nos jornais nunca ser chamado para a seleção do Brasil… Ficou-se pelo Peru…
A perder 1-0 desde cedo era de esperar uma maior reação do Benfica, e verdade seja dita, o Benfica de Jorge Jesus tem muitas vezes deparado com esta situação, o estar a perder e depois dar a volta. Se por um lado é bom (o dar a volta), por outro é mau (o estar a perder), e um dia chegará em que a sorte nos será madrasta e lamentaremos a falta de concentração inicial…
E assim passou a primeira parte. Um Beira-Mar a justificar outra posição na Liga, e um Benfica demasiado previsível, lento, cansado e sem ideias. Um Benfica que tem sido demasiado presente esta época, valendo-lhe aqui e ali a qualidade de vários dos seus jogadores mas, mais uma vez, chegará o dia em que a sorte nos será madrasta…
Para culminar a primeira parte de erros, o penalty falhado por Rodrigo.
Mau demais.
Não sei o que Jorge Jesus disse aos jogadores ao intervalo, mas o Benfica que apareceu para a segunda parte era uma equipa diferente. Mais motivada, solta e menos cansada. E rapidamente em dois minutos deu a volta ao resultado. Primeiro Maxi Pereira de bicicleta (!!!) e depois Rodrigo numa excelente jogada com Lima (cuidado Cardozo…). Ambos a necessitar de motivação devido às últimas exibições menos conseguidas…
Estávamos com cerca de meia hora para jogar e pensei que o Benfica fosse arrancar para uma exibição mais conseguida e golos.
Puro engano...
Tirando um lance de Lima após os golos e um de Carlos Martins (o que se passa com ele ?) ao cair do pano, pouco mais foi visto. E o Beira-Mar ainda teve uma oportunidade que podia ter feito o empate.
Mais uma vez o que escrevi por aqui no início da temporada está a comprovar-se. O plantel é curto de opções, e mesmo as adaptações felizes de Melgarejo (outra boa exibição…) e de Enzo Perez (uns furos abaixo dos últimos jogos) não vão chegar para a Champions League e para a nossa Liga.
Depois temos jogadores completamente desmotivados e que são uma sombra das suas capacidades (Nolito, Carlos Martins, Bruno César…) e mesmo outros que são sempre regulares (como Maxi e Salvio) nem sempre conseguem fazer as exibições mais conseguidas…
No meio de tudo isto, ainda pergunto o que se passa com Ola John? Não pode ganhar forma no Benfica B ?
Se o Benfica conseguir chegar a Janeiro vivo (com as eleições pelo meio) na luta pelo título e com os oitavos da Champions (tudo vai depender do duplo confronto com o Spartak) acredito numa boa época (se vierem reforços em Janeiro claro está), senão a manta pode ser mesmo curta de demais… Com o Beira-Mar foi por pouco… e era o Beira-Mar…
No final do jogo ainda fizeram eco as declarações de Jorge Jesus a criticar a atítude do público. Dou-lhe toda a razão. O público Português é péssimo na sua maioria. Não se assobia a própria equipa durante o jogo. Não se passa o jogo sentado a comer pipocas. Não se abandona o Estádio do nosso Clube para ir a correr ver outros jogos na Sportv...
Gabamos tanto o ambiente do futebol inglês e não fazemos o mínimo para melhorar o nosso... é o fado Português tão bem explicado...
Se há Estádio ao qual gosto de ir ver o Benfica é ao velhinho Mata Real. Acredito que não o entendam... Mas é a mais pura das verdades. E só lamento nunca ter lá ido enquanto aquela bancada amovível / permanente (cheia de cadeiras que magoam quem vê a bola de pé) não substituiu o velho peão (no Estoril ainda tive esse prazer)…”
Não sei do que gosto mais… Se ver o jogo num sector em que parece que as pessoas estão quase encavalitadas a ver o jogo, se a entrada onde apenas cabem duas pessoas lado a lado (em caso de acidente ou pânico havia de ser bonito…), se as redes, se a casa e o quintal junto à bandeirola de canto no sector visitante. Não estou a ser irónico… Adoro mesmo ir à Mata Real… “É tão mau…mas tão bom!”
Vamos ao jogo.
O Benfica surgia em Paços obrigado a ganhar. A jornada anterior tinha sido madrasta e dos 3 grandes (e a deslocação do Braga também era difícil, mas estou convencido que o destino do Vitória este ano é lutar para não descer de divisão) tinha o jogo mais complicado.
Em campo algumas surpresas. A titularidade “forçada” de Lima pela lesão de Cardozo (daquelas lesões que facilitam a vida aos treinadores…) e uma nova oportunidade (mais uma desperdiçada) para Nolito.
Sem grandes invenções e na tática habitual o Benfica entra logo num dos campos mais complicados da primeira Liga (e tire-se o chapéu ao Paços, já que é complicado para todos os grandes… e não apenas para alguns…) a perder, com um golo de Cicero na cara de Jardel. Isto depois da partida ter sido interrompida aos 3 minutos por falha no sistema de iluminação…
Depois da péssima exibição de Coimbra haveria pior início?
Felizmente, alguém no Benfica percebeu que se calhar até era boa ideia contratar um dos melhores avançados a jogar em Portugal no último dia do mercado e passados 2 minutos, Lima restabelece o empate numa jogada em que Enzo Perez marca um livre (mais uma boa exibição), Jardel (este novo Jardel…) cabeceia e o guarda redes do Paços falha… E quem falha assim em frente ao Lima… Sofre golo.
Com oito minutos jogados, pensei que o Benfica iria avançar para uma exibição mais solta e arrancar para um jogo mais tranquilo. Puro engano.
O futebol típico do Paços e a desinspiração de alguns jogadores do Benfica foram fazendo o resto, e foi sem surpresa que Jorge Jesus deixou no balneário Nolito (que pouco fez sem ser um passe bem medido para Sálvio) e apostou em Gaitan.
O Benfica entrou com outra atitude e outro futebol. Foi pressionando o Paços mas sem conseguir chegar à baliza. Jesus volta a mexer na equipa e a apostar tudo… Troca o trinco (Matic) por um médio mais ofensivo (Carlos Martins) e recua Enzo Perez (extremo, médio centro, e agora trinco…).
Cerca de cinco minutos depois o Benfica tem o prémio que merece. E Lima bisa após uma jogada de insistência de Maxi Pereira na área do Paços (a melhor coisa que fez em mais uma exibição muito pouco conseguida).
Com o Benfica a liderar o marcador, Jorge Jesus mostra aquela característica tão tradicional do treinador português: bora lá defender o resultado.
Sai avançado (Rodrigo) e entra trinco (André Almeida), acabando o Benfica com três médios centro (Perez, Almeida e Martins) e apenas um avançado.
No final do jogo, e mesmo já com fora de jogo assinalado, foi a vez de Artur brilhar e mostrar que entre os postes o Benfica está bem descansado.
Vitória merecida de uma equipa de soube procurar a sua sorte e teve atitude muito diferente da de Coimbra.
Destaque evidente para Lima, que podia ter marcado mais que 2 golos e que demonstra que um jogador feito e de qualidade raramente necessita de adaptação.
Saltemos da Mata Real e do futebol profundo para as noites de Gala da Liga dos Campeões no Estádio da Luz.
O “convidado” desta noite era a melhor equipa de futebol que alguma vez vi jogar (não me lembro do Brasil de 82 e o Barcelona de Cruyff e o Benfica do primeiro ano do Jesus não chegaram a este patamar…).
Alguns dizem que o futebol do Barcelona é chato e está a matar o jogo. Eu acho que o Barcelona está a ir buscar as raízes do jogo… O Barcelona joga o futebol como desporto coletivo, passa a bola entre quase todos os seus jogadores, joga em bloco, procura espaços e quase todos marcam golos. E depois tem Messi, que porventura já é neste momento o melhor jogador de todos os tempos (apenas lhe falta ganhar o Mundial no Brasil).
Casa cheia e o ambiente das noites europeias. Deu-me alguma confiança.
Jorge Jesus tentou surpreender a equipa adversária, e no onze colocou Bruno César de início (no lugar de Rodrigo) e manteve a aposta da segunda parte de Paços: Gaitan (é Liga dos Campeões e o Argentino é para valorizar).
A ideia pareceu boa quando o Bruno César rematou logo aos 3 minutos para uma defesa de Valdez. Procurar espaços e ter bons rematadores de longe.
Mas do outro lado está o Barcelona. E naquelas jogadas de playstation marcam golo. Cruzamento rasteiro de Messi do lado esquerdo e Alexis Sanchez na área a faturar.
O Benfica não se deixou abater e foi à procura da sorte. Poucos minutos depois, Lima tem uma boa oportunidade, mas não concretiza.
Depois foi o costume. O Carrossel do Barcelona e as outras equipas a correr atrás da bola (menos de 30% de posse de bola para o Benfica...)
O Benfica bem tentou dar a volta. Jesus trocou Bruno César por Carlos Martins ao intervalo. Se a exibição de Bruno César não tinha sido nada de assinalável, a de Carlos Martins foi talvez a pior que fez no Benfica, a fazer lembrar os seus tempos no lado de fora da Segunda Circular. Péssimo.
Sem surpresa, o Barcelona fez o 2-0 aos 56 minutos. Desta vez Fabregas. Mas o arquiteto foi novamente o mesmo: Messi.
Nova alteração no Benfica, com Aimar a entrar para o lugar de Enzo Perez (que ontem jogou melhor quando mais descaído…) e desde logo mostrou o seu habitual. Excelentes pés, bons passes, aquela “grinta” de ter a bola … mas nada mais… e esfumou-se em 15 minutos…
O rumo do jogo não se alterou e foi sem qualquer surpresa que o Benfica foi derrotado pelo Barcelona.
Queria destacar Matic pelo excelente jogo que vez frente ao melhor meio campo mundial e Melgarejo, nem tanto por ter feito um jogo espetacular (que não o foi… já que pareceu amarrado ao trabalho defensivo) mas por ter conseguido, em poucos jogos, que acabasse a conversa da defesa esquerdo. Tem as suas falhas, está em processo de aprendizagem mas a verdade é que tirando o jogo com o Braga, não foi mais por Melgarejo que as coisas não correram bem. E lembrem-se, está a fazer os primeiros jogos como lateral esquerdo na sua vida. Mérito da sua qualidade como futebolista e de Jorge Jesus.
E finalmente Jardel. Porque tem crescido de jogo para jogo, porque é um jogador humilde e trabalhador. E porque apesar da qualidade de Luisão, também não tem sido por Jardel que as coisas têm corrido mal.
Destaque negativo para a Luz. Era obrigatório apoiar mais o Benfica. Só demonstra que a maioria dos adeptos não foi à Luz para apoiar o seu clube mas apenas para ver o Barcelona jogar contra o Benfica. É sintomático do que se tornou o adepto do clube “grande”… Sintomático e sobretudo triste…Apesar do bonito gesto de aplaudir a saida de Puyol...
Foi no entanto com prazer que vi esta equipa defrontar o meu Benfica. É jogando contra os melhores que ficamos melhores, e no final do jogo não acredito que alguém tenha saído da Luz revoltado com os nossos rapazes (no geral...com o Martins podem estar) ou com o treinador.
Simplesmente foi frente aos melhores do Mundo e um extraterrestre…
Estou convencido que o nosso destino nesta Liga dos Campeões se vai traçar no duplo confronto com o Spartak de Moscovo. Quatro pontos dos seis possíveis deverão ser suficientes para encarar os dois jogos restantes (Celtic na Luz e a deslocação a Nou Camp) com confiança.
Tenho passado os últimos dias num dos (ainda) paraísos nacionais, o Parque Nacional da Peneda Gerês, e foi nesse ambiente de tranquilidade que acabei por fazer uma das coisas que menos gosto: assistir a um jogo do Benfica num café.
Ultrapassado esse problema (que acabou por não ser já que o Benfica estava a jogar “em casa”), sentei-me tranquilamente numa mesa esperando ver uma vitória tranquila do Benfica. Estava confiante. Os maiores handicaps do Benfica (o trinco, o defesa esquerdo e o box-to-box) pareciam ultrapassados em Glasgow e ainda dei importância ao facto de que a Académica tinha tido um jogo europeu no leste, estaria cansada, etc etc...
Poucas surpresas no onze. Apenas a titularidade de Bruno César em vez de Gaitan e Maxi de regresso.
Os primeiros minutos deram-se essa sensação. O Benfica chegava com facilidade à baliza da Académica e seria uma questão de tempo até o Cardozo ou o Rodrigo ultrapassarem os postes ou o guarda-redes da Académica (boa exibição)...
De repente, aquela teoria de “velho do Restelo” que “quem não marca arrisca-se a sofrer” voltou a fazer das suas. Chegou sob a forma de grande penalidade e para punir a inoperância ofensiva do Benfica, sendo Cardozo o principal réu...
Estávamos com pouco mais do que 20 minutos de jogo e começava a entender que a equipa teria de sofrer alterações ao onze. A aposta em Bruno César não se revelou certeira (apesar de um bom par de centros) e também Rodrigo (ou mesmo Cardozo) talvez devessem sair no intervalo. Mexeu-se apenas no extremo esquerdo (Bruno por Nolito) e pouco melhorou... e isto apesar de Nolito ter sido decisivo na penalidade cometida pela Académica e que levou o Benfica ao empate logo no inicio da segunda parte. Cardozo facturou e a Académica viu um jogador ser expulso.
Com o adversário reduzido a dez jogadores e com o Benfica a refrescar o ataque com a entrada de Aimar para o lugar de Enzo Perez (mais um bom jogo...agarrando o lugar que era de Witsel) pensei que fosse uma questão de tempo até o Benfica conseguir dar a volta ao resultado.
Acabou por mais uma vez não correr como acredito que Jorge Jesus tenha programado: Aimar foi mais uma vez inoperante conseguindo apenas um bom remate ao lado quase no final da partida.
Poucos minutos volvidos, nova penalidade para a Académica e golo. Ou seja, aos 70 minutos, o Benfica estava novamente a perder contra um adversário que apesar de aguerrido estava reduzido a dez unidades..
Depois foi o correr atrás do prejuízo. Saiu Rodrigo para entrar Lima e nos poucos minutos que jogou, o reforço que chegou de Braga foi mais eficaz que Rodrigo e Cardozo: um golo fantástico fora da área e o merecido empate (mais que isso não o era)...
Empate a dois.
Terminado? Nem por isso...
Em campo estiveram duas equipas que não mereceram ganhar o jogo mas também uma terceira que nunca o deveria ter apitado. Foi péssima a exibição do trio de arbitragem liderado por Carlos Xistra e sinceramente não se consegue entender como é que este estilo de gente ainda consegue andar no futebol profissional. Não irei embarcar em teorias de conspiração contra o Benfica, até porque a exibição de Xistra prejudicou ambas as equipas. Marcou três penalidades inexistentes e perdoou uma à Académica (cometida sobre Nolito) que porventura o era. E Maxi Pereira não deveria ter acabado o jogo...
Talvez alguém com responsabilidade consiga entender que coisas destas e o preço dos bilhetes começam a justificar as pobres assistências nos Estádios como o caso de ontem...
Olhando para a equipa do Benfica, gostei da defesa com a excepção de Maxi Pereira (acho que foi a pior exibição de sempre ao serviço do Benfica) e gostei de Enzo e Matic no miolo. Salvio é claramente o jogador acima da média nesta equipa. Mesmo no naufrágio de Coimbra mostrou ser um jogador fantástico.
No lado esquerdo o Benfica vai sofrer apesar de tanta oferta. Parece-me que o melhor extremo esquerdo do plantel joga a defesa esquerdo...
No ataque, um dos dois titulares deve perder a titularidade para Lima. Vai ser um jogador muito importante no Benfica. Tem características bastante diferentes dos outros dois avançados e acredito que nesta fase nos possa ser mais útil que Nélson Oliveira ou Saviola. Se por um lado é um jogador já feito (em relação ao Nélson) por outro não é acomodado por uma carreira que já viu melhores dias (caso de Saviola) sendo que para o Lima acredito que o topo da carreira seja esta oportunidade no Benfica... Saiba a Luz e Jorge Jesus aproveitar isso a favor da nossa equipa.
Acredito que para Paços de Ferreira haverá mudança no onze. Resta saber se resultará e resta saber o que falta aos jogadores do Benfica para terem motivação para vencer... em Coimbra não a vi.
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